
O queijo colonial produzido na agroindústria Kmilk Laticinios, de Salto Veloso, conquistou o 15º Selo Arte concedido em Santa Catarina, no dia 20 de agosto . O produto concilia a tradição centenária da família de imigrantes e as boas práticas agropecuárias e de fabricação implementadas por Maicon Luiz Legnani e a esposa Karina Buffon Legnani.
A propriedade produz cerca de 500 litros de leite por dia, destinando a maior parte para a fabricação do queijo colonial e queijo colonial temperado. O manejo do gado leiteiro é feito pelos pais de Maicon e o casal buscou qualificar-se para desenvolver a agroindústria. Karina Legnani fala com orgulho do trabalho feito em família: “Foi suado, foram cinco anos estudando Engenharia de Alimentos e mais um ano para nos adaptarmos à legislação”, conta ela.
Maicon Legnani ressalta ainda que o processo para obtenção do Selo Arte os colocou em contato com a história dos ancestrais e suas técnicas de produção do queijo. Tudo isto tornou ainda mais gratificante receber o reconhecimento para o produto.
O selo foi criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para valorizar produtos artesanais que cumpram requisitos sanitários, permitindo que sejam comercializados em todo Brasil. A Cidasc, através do Departamento Estadual de Inspeção (DEINP), é quem concede este reconhecimento aos produtores catarinenses e a Kmilk foi a primeira agroindústria da região de Videira a conquistá-lo.
“Logicamente foi um trabalho construído primeiro pela família, com sua força de vontade, determinação e a vocação para empreender. No segundo momento, houve a retaguarda do município, através do serviço de inspeção de Salto Veloso, e da Secretaria da Agricultura e da Cidasc, com nossos veterinários, para a agricultura familiar dar um passo a mais”, afirmou o presidente da Cidasc, Plinio de Castro.
Além do presidente, os diretores de Desenvolvimento Institucional, Marcos Roberto Pacheco, e de Planejamento e Inovação, Júnior Kunz, prestigiaram a solenidade de entrega da nota técnica à família Legnani. Também estiveram presentes o gestor de Defesa Agropecuária do Departamento Regional de Videira, Marcelo Grazziotin, e a coordenadora regional de Defesa Sanitária Animal, Mariléia Aparecida Ianke.

O município foi representado pelo prefeito, Nereu Borga, que agradeceu a seriedade com que a Cidasc tem feito seu trabalho junto aos produtores. Enfatizou ainda o significado que o Selo Arte tem não apenas para esta agroindústria, mas para a cidade e seu entorno: “Esta é uma família que dá certo porque trabalha e é um exemplo não só para o município de Salto Veloso, mas para toda região, visto que o Selo Arte é para poucos que se dedicam na propriedade familiar”, disse Borga.
Tradição familiar
Uma das características mais valorizadas do queijo colonial é o fato de não derreter em altas temperaturas, o que é ideal para o preparo do queijo brustolado, receita típica italiana. A técnica de produção deste produto já estava na família de Maicon Luiz Legnani há décadas. Os imigrantes produziam o queijo para aproveitar toda a ordenha, numa época em que não existiam recursos para refrigeração do leite.

Pesquisando sobre a história da família, Maicon descobriu muitos detalhes sobre o processo original de fabricação. A produção era feita em fogão a lenha feito de tijolos e com chapa de ferro, dentro de tachos de alumínio ou esmalte e mexido com o “pau da polenta”. Já para fazer a coagulação do leite, era usada a coalheira (pedaço de víscera de animais) de bovinos, porcos e de galinhas. Toda a aferição do processo de aquecimento era baseada no contato manual (dedo no leite). A enformagem do queijo era feito utilizando toalhinhas de pano volta ao mundo e em formas de madeiras (queijos quadrados) ou em canos de PVC grande (queijos redondos) onde a prensagem era feita com pedra de rio que ficava por várias horas em cima da tampa da forma, pedra em que a família guarda até os dias de hoje. Quando retirado das formas, os queijos eram colocados em tábuas de pinheiro no porão da casa para cura.
Os processos foram aprimorados para atender às normas sanitárias e aprimorar a qualidade do produto, mas o aspecto artesanal ainda prevalece na agroindústria Kmilk. A caminhada de Maicon e Karina até o Selo Arte iniciou quando eles registraram a empresa no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) de Salto Veloso, pois um dos requisitos é estar registrado anteriormente no SIM ou no Serviço de Inspeção Estadual (SIE). O empreendimento do casal agora está apto a buscar os consumidores de todo país, o que deve trazer incremento na produção e na renda da família.
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