O primeiro semestre de 2014 encerra com o cenário favorável ao mercado de suínos em todo o país. De acordo com suinocultores catarinenses, que representam o Estado com a maior produção do Brasil, foram seis meses de recuperação. A estabilidade de preços e as pequenas variações positivas registradas no período, que compreende janeiro a junho, permitiram que parte das perdas acumuladas ao longo dos últimos cinco anos de dificuldades, fossem recuperadas. Os suinocultores catarinenses estão tímidos quanto a novos investimentos e trabalham com a produção equilibrada sem aumentos consideráveis.
Neste primeiro semestre de 2014 a forma de gestão das propriedades também amadureceu, devido aos grandes prejuízos registrados até 2013. Após observar grande parte dos colegas produtores desistir da atividade nos últimos anos, quem sobreviveu à crise, manteve o controle sobre todas as ações da propriedade, com a ajuda de um mercado que passou a remunerar com mais equilíbrio e que promete continuar operando desta maneira no segundo semestre do ano.
Julho deve iniciar com sinais favoráveis ao mercado de suínos. Em entrevista ao Informativo ACCS, neste final de semana, o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Valdomiro Ferreira, acredita em um período de equilíbrio e quem sabe até de certa reação nos preços. “Aqui em São Paulo observamos um realinhamento de preços, que iniciou há três semanas, quando comercializávamos suínos em torno de R$ 3,60 o quilo, hoje já praticamos preços em R$ 3,80, que mostra essa reação positiva. Além disso, outro fator é a reação no mercado de carcaça, antes comercializávamos o animal abatido a R$ 5,00 o quilo, e nesta semana os preços de carcaça já atingem a marca de R$ 6,00 o quilo”, aponta o presidente.
“Eu acredito que as duas justificativas para basear a nossa expectativa diante do segundo semestre de 2014 são: mercado externo com preços favoráveis ao crescimento, devido ao cenário que demonstra a perspectiva da falta de suínos em todo o mundo neste restante do ano e mercado interno, que demonstra uma expectativa de consumo maior para o período, consumo que deverá encontrar ofertas reduzidas de suínos neste ano, o que provocará reajustes de preços”, reforça Ferreira.
O presidente da APCS concorda com o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, quanto à orientação principal ao setor produtivo de suínos para o segundo semestre. “Manter os planteis estáveis, sem crescimento”, afirma.
Sobre a perspectiva para os próximos seis meses, o Informativo ACCS também consultou a opinião do Diretor de Mercado da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, Jurandi Machado, que descreve um cenário de extrema estabilidade ao setor da suinocultura. “Oferta equilibrada com demanda, preços dos insumos em período de acomodação, exportações com perspectiva de crescimento, início do período de inverno, iniciaremos desta maneira o segundo semestre do ano”, destaca o diretor.
Sobre a perspectiva de aumento das exportações a partir de julho, o diretor da ABPA fala sobre os fatores que podem influenciar. “Especialmente neste ano a Rússia de fato ampliou a compra de carne suína do país, com a habilitação de novas empresas. Em relação aos demais mercados que seguem bastante ativos destaco Hong Kong”, comenta o diretor. Sobre a expectativa de ampliação das exportações devido ao grande problema provocado pela PED Vírus (Diarreia Epidêmica de Suínos) em países como os Estados Unidos, Machado acredita que a doença não trará efeitos extremamente positivos ao mercado de carne suína no país, pois a preferência pela compra de carne não será do Brasil e sim de países que atendem a maior demanda daquele país.
“É uma doença que não atinge os humanos, pois se atingisse certamente a preferência pela compra seria de países em que a doença não foi registrada, como o fator não é esse, não deverá o Brasil ter vantagens em relação a outros países. É uma doença para deixarmos longe daqui para não aproximar prejuízos, mas não deverá trazer benefício algum para o mercado”, finaliza o diretor.
A ACCS mantém a orientação de proteção aos planteis suínos em todo o Estado. “Vamos reforçar nossos cuidados e assim proteger o mercado de variações negativas neste momento de recuperação”, comenta o presidente.
Fonte: ACCS