A conclusão é de um estudo realizado pelo Cepea/USP em 2012 e evidencia mudanças positivas na pecuária nacional.
Levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indica que o número de bovinos abatidos no Brasil sem nenhum registro de fiscalização sanitária é menor do que se poderia estimar – menos de 10% dos abates estiveram nesta condição em 2012.
Para os autores da pesquisa, os resultados obtidos evidenciam mudanças positivas na pecuária nacional, como por exemplo, o fortalecimento do aparato legal sanitário, com foco em qualidade de processo, o salto tecnológico e gerencial das indústrias e a internacionalização do setor de carne brasileiro.
O estudo, além de analisar o abate que não teve acompanhamento do serviço de inspeção federal, nem do estadual nem do municipal pela via de oferta (de animais para abate), os pesquisadores o estimaram, de forma inédita, também pela perspectiva da demanda (por carne). A aplicação dessas duas metodologias funciona como uma contrachecagem dos resultados que, ao final da pesquisa, mostraram-se bastante semelhantes.
Para chegar aos resultados, a equipe de pesquisadores do Cepea estimou a oferta de animais para abate e também a quantidade de animais necessária para atender a demanda nacional por carne bovina no ano de 2012. Esses volumes foram, então, comparados ao abate oficial. A diferença é o não fiscalizado.
Pelo lado da oferta, o estudo abrangeu os estados de São Paulo, mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Pará, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e também o Distrito Federal. O Cepea observa, porém, que as estimativas para alguns estados são parciais e devem ser aprimoradas conforme se obtenham dados mais detalhados.
Para outros, não foram obtidas informações consistentes. Por essas dificuldades, os autores do estudo ressaltam que os resultados da estimativa do abate não fiscalizado pela via de oferta de animais dizem respeito a 84% do rebanho e a 85% do total abatido em 2012, segundo estimativas do IBGE.
Abate sem Fiscalização Sanitária (% da oferta) |
|
São Paulo |
5,40% |
Rio de Janeiro |
5,20% |
Minas Gerais |
15,20% |
Espírito Santo |
4,10% |
Sudeste |
9,50% |
Mato Grosso |
5,60% |
Mato Grosso do Sul |
4,80% |
Goiás |
5,30% |
Distrito Federal |
6,80% |
Centro-Oeste |
5,70% |
Paraná |
5,50% |
Santa Catarina |
4,80% |
Rio Grande do Sul |
5,10% |
Sul |
5,20% |
Bahia |
10,40% |
Nordeste |
10,40% |
Pará |
12,20% |
Tocantins |
9,20% |
Norte |
11,20% |
Fonte: Cepea/Esalq/USP; referente à produção de 2012 |
Fonte: Portal Sou Agro