Foto: Sirli Freitas / Especial

Foto: Sirli Freitas / Especial

Seriam necessários cerca de 49 mil caminhões para carregar a soja que Santa Catarina pode colher neste ano. Para se ter uma ideia do tamanho da produção, esses veículos parados formariam uma fila de Florianópolis a Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste do Estado. É a maior safra da história desde que o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) começou a registrar as colheitas, em 1975. A previsão é de 1,96 milhão de toneladas segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri).

Como a saca de 60 quilos do produto custa em média R$ 60, a produção deste ano representa uma injeção de quase R$ 2 bilhões na economia do Estado.

— Esse é o valor bruto da produção sem contar o que vai agregar na industrialização, transformando o grão em óleo e farelo — explica o secretário adjunto de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Airton Spies.

Entre os pontos favoráveis para a boa safra estão as condições climáticas, que permitiram o aumento de produtividade nas lavouras, aliada a um acréscimo de 7,63% na área. Além disso, a alta do dólar compensou uma baixa nos preços internacionais e manteve a oleaginosa num patamar de R$ 60 a saca.

— Temos uma safra boa, com bons preços, o que permite uma certa folga para os produtores — avaliou o presidente da Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), Romeo Bet.

Somente na unidade de silos da Linha Tomazzelli, em Chapecó, que tem capacidade para 1,2 milhão de toneladas, o recebimento de soja deve crescer entre 15 e 20%. Para colocar os grãos, a empresa foi obrigada a retirar 198 mil sacas de milho e trigo dos silos e colocá-las em silos-bolsas, sistema que armazena os grãos em estrutura de plástico.

Segundo o presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, nos últimos anos os produtores estão conseguindo se capitalizar, investindo em lavouras melhores, máquinas mais modernas e sementes com mais produtividade.

— O agronegócio catarinense vive um bom momento e isso vai se refletir na movimentação da economia dos municípios das regiões produtoras — diz.

Colheita a todo vapor

O agricultor Adriano Rosso vai colher 3,3 mil sacas de soja em 50 hectares de lavoura. A produtividade é de 65 a 70 sacas por hectare, similar à do ano passado, mas superior à média norte-americana de 53 a 40 sacas por hectare. Rosso disse que plantou com um custo baixo e, com a manutenção do preço, vai ter um bom lucro.

— Vai sobrar uns 40% — afirmou.

Com o lucro da lavoura, o produtor quer aplicar no próximo plantio e no mercado imobiliário.

— Pretendo investir em alguns terrenos — disse.

 

Fonte: Diário Catarinense