A Anemia Infecciosa Equina, conhecida como AIE, é uma doença causada por um vírus que atinge cavalos, zebras, jumentos e burros. Ela é identificada nos animais por meio de exame realizado em laboratório credenciado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.

Foto: Zuleide Orben

Foto: Zuleide Orben

Em Santa Catarina, quando a doença é identificada, imediatamente as propriedades são interditadas e os proprietários convocados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc. A convocação tem o objetivo de explicar aos proprietários todo o trâmite sugerido pelo Mapa, como explicações técnicas sobre o agente causador e os procedimentos de saneamento junto às propriedades.

Após as deliberações e ciência dos donos dos animais, é dado seguimento as normas previstas no Programa Nacional de Sanidade Equídea, com o sacrifício dos animais infectados e o enterrio dos despojos na propriedade. Em seguida, caso existam outros equídeos na propriedade, eles têm amostras de sangue colhidas para a realização do saneamento, procedimento que consiste em testar todos os animais em um intervalo de 45 dias, e que após a apresentação de dois resultados negativos, a propriedade é desinterditada e os animais autorizados a serem movimentados de acordo com a legislação vigente.

Sobre a doença

A Anemia Infecciosa Equina é provocada por um vírus e quando este infecta um animal, permanecerá nele durante toda vida, mesmo que ele não apresente quaisquer sintomas. É uma doença de caráter crônica, embora possa aparecer fases agudas e subagudas.

A transmissão do vírus pode ser do tipo vertical, ou seja, da mãe para o feto durante a gestação, ou horizontal, através de fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos, de um indivíduo a outro. Agulhas, arreios, esporas, materiais de casqueamento estão nesta categoria), leite materno, sêmen ou insetos hematófagos, sendo que nesse último caso a transmissão do vírus normalmente está ligada com a transferência de sangue de um cavalo contaminado para um animal sadio. Esta última é a forma mais frequente de contaminação de animais em nossa região, pois devido à bacia do Rio Negro, temos grandes áreas alagadiças e pantanosas, com presença de vários insetos como mutucas, moscas, pernilongos. Já a segunda forma mais frequente de contaminação é pelo compartilhamento de arreios e reutilização de agulhas contaminadas.

Imagem Ilustrativa

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“Logicamente, a mutuca sozinha não pode ser a única culpada pela transmissão da doença, visto que ela não voa grandes distâncias para se alimentar. O que ocorre é que muitas aglomerações de animais são realizados de forma clandestina e sem quaisquer cuidados com a saúde dos animais. Com os animais concentrados, abre-se uma boa oportunidade da mutuca se alimentar e caso exista animal portador, a inevitável transmissão da doença”, observa o médico veterinário responsável pela Defesa Sanitária Animal do Departamento Regional da Cidasc de Mafra, Fernando Bilinski.

A forma aguda da doença, que é menos comum, manifesta sintomas que podem ser confundidas com outras doenças. Os sinais resumem-se a febre, respiração acelerada; prostração; debilidade nas patas, inapetência e emagrecimento progressivo. Esses sinais ocorrem devido o ataque do vírus às hemácias do sangue, provocando quadro de anemia. Caso o animal não morra dentro de 3 a 5 dias, a afecção pode tornar-se crônica.

Ainda não há nenhum tratamento para essa doença, pois o vírus se comporta de uma forma completamente diferente ao passar do tempo. Por isso, é um comportamento muito similar ao vírus da Aids humana e com isso, popularmente chamamos a AIE como a “Aids do Cavalo”.

Deste modo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento preconiza o sacrifício ou interdição da propriedade, quando for detectado foco de AIE.

Prevenção

Devido ao comportamento da doença, deverá o proprietário de equino ou àquele de deseja adquirir um, adotar as seguintes medidas:

– Testar periodicamente os animais de sua propriedade (60 dias em propriedades comuns e a cada 180 dias em propriedades monitoradas);
– Somente transitar com o animal portando a Guia de Trânsito Animal – GTA e os exames obrigatórios de AIE, Mormo e Influenza Equina;
– Nunca adquirir ou receber em seu estabelecimento/propriedade animais sem atestado negativo recente de AIE ou que estiveram em eventos sem fiscalização sanitária;
– Não reutilizar materiais contaminantes;
– Não participar de eventos se souber que neste entraram animais sem a devida GTA. Caso isso ocorra, denunciar o fato imediatamente ao Médico Veterinário Responsável Técnico do Evento e caso este não adotar as medidas cabíveis, denunciar o mesmo à Cidasc.

Fonte: Fernando Bilinski, médico veterinário responsável pela Defesa Sanitária Animal do Departamento Regional da Cidasc de Mafra.

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