Com o início do plantio de soja em todo o país os produtores buscam soluções para que a próxima safra tenha alta produtividade. Segundo o consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes – ANPII, Solon Araújo, é possível elevar a qualidade do grão com a utilização de inoculantes “Podemos comparar o produto a um carro de fórmula 1 – para que alcance todo seu potencial, é indispensável que seja usado corretamente. Isso também acontece com a inoculação da soja”, aponta.

Foto: Maritza Martins.

Foto: Maritza Martins.

 

Atualmente já existem linhagens de soja capazes de produzir acima de 6.000 kg/ha, embora a média nacional seja a metade disto. Mas o fato é que a produtividade aumentou notavelmente, tanto em função das novas formas de cultivar a planta, como também pelo uso massivo de tecnologia por parte dos agricultores.

“Neste contexto a fixação biológica do nitrogênio tem um papel pr

eponderante. Aproximadamente 33 milhões de hectares de soja são cultivados com o uso desta tecnologia como fonte de nitrogênio, dispensando assim, o uso de fertilizante nitrogenado”, reforça.

O consultor reforça ainda que o inoculante é um produto vivo e, portanto, deve ser manuseado com muito mais cuidado do que aqueles utilizados como produtos inertes. Desde o transporte da revenda até a fazenda, passando pelo armazenamento, uma série de atenções devem ser dadas ao produto: não deixar exposto ao sol; não armazená-lo em locais demasiadamente quentes; não guardar em ambientes com resíduos químicos.

Outro ponto que merece atenção é a mistura do inoculante com as sementes. Para que ocorra uma boa inoculação é preciso que 1,2 milhão de bactérias “grudem” em cada semente de soja ou outra leguminosa que será semeada. “Para que isto ocorra é preciso fazer uma mistura adequada, verificando que cada semente fique recoberta pelo inoculante. No caso do inoculante em pó, à base de turfa, isto fica mais fácil, pela coloração escura do produto. Já no inoculante líquido é necessário um pouco mais de cuidado e observação”, explica.

Solon Araújo também reforça a importância de verificar que produtos estão sendo utilizados nas sementes, para o tratamento contra doenças e pragas. “É necessário consultar os fabricantes dos inoculantes para saber quais produtos são mais compatíveis com as bactérias”, salienta.

Praticamente todos os produtos químicos tem algum grau de incompatibilidade, matando em maior ou menor quantidade as bactérias, o que pode causar baixa nodulação. “Esta mortalidade geralmente não ocorre de choque, mas de forma lenta através de algumas horas. Assim, é importante respeitar um tempo máximo entre a inoculação e a semeadura. Este tempo nunca deve exceder a doze horas”, adverte o consultor da ANPII.

Para finalizar e assim o produtor garantir uma boa inoculação em sua cultura é denunca misturar em uma mesma calda o inoculante com defensivos que serão utilizados nas sementes. “Esta mistura, popularmente chamada de ‘sopão’, causa danos irreversíveis às bactérias e prejudica seriamente a nodulação”.

A ANPII reforça que é importante que os agricultores leiam as instruções de uso do produto, que consultem o fabricante ou seu assistente técnico para que possam tirar todo o proveito de um produto que tem fundamental importância para que se obtenham elevadas produtividades nas culturas de leguminosas.

Fonte: Grupo Cultivar.