Produtores de tabaco diversificam a produção e garantem mais renda no meio rural. Na última safra, mais de 65 mil hectares da área plantada de tabaco foram destinados, após a colheita, à produção de milho, feijão ou pastagem em Santa Catarina. A diversificação da produção faz com que os agricultores aproveitem melhor os recursos naturais e tenham uma alternativa de renda após a colheita do fumo. Para incentivar esses fumicultores a fazerem a rotação de culturas, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco – SindiTabaco renovaram a parceria para execução do Programa Milho, Feijão e Pastagens Após a Colheita do Tabaco.
O Programa acontece em toda região Sul e, na safra passada, R$ 650 milhões foram injetados na economia com o plantio de 152 mil hectares de milho e feijão na resteva do tabaco. Estimativas do Sinditabaco indicam que em Santa Catarina, o Programa aumentou a renda dos produtores em mais de R$ 200 milhões. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, explica que, após a colheita do tabaco, o solo fica fértil e reduz os custos de produção de grãos e pastagens. “Meu pai foi proprietário da primeira estufa de fumo no Oeste de Santa Catarina, por isso que eu sei como o solo fica produtivo após a colheita”, lembra.
Até o início do próximo ano, as lavouras de fumo desocupam as áreas e os produtores ficam com espaço disponível para cultivar feijão, milho e pastagens até o início do inverno. O plantio após a colheita do tabaco reduz os custos de produção dos grãos e pastagens, pois ocorre o aproveitamento residual dos fertilizantes aplicados. Assim existe uma redução de custo na produção de proteína (carne, leite e ovos). Outros benefícios são a proteção do solo contra a erosão e a interrupção do ciclo de proliferação de pragas e ervas daninhas.
O vice-presidente de Produção e Qualidade de Tabaco do Sinditabaco, Claudimir Rodrigues, destaca que intenção do Programa é levar o desenvolvimento econômico, social e ambiental aos produtores de tabaco do Sul. Com a diversificação de culturas, os agricultores são estimulados a investirem em outras atividades que podem vir a se tornar importantes fontes de renda para a propriedade rural.
Todos os anos, o Sinditabaco realiza um Dia de Campo em uma propriedade atendida pelo Programa Plante Milho, Feijão e Pastagem após a Colheita do Tabaco, assim todos podem conhecer os resultados alcançados. O secretário adjunto Airton Spies ressalta que com a diversificação de culturas, o agricultor protege o solo, otimiza os recursos e ainda evita a proliferação de pragas e ervas daninhas. “Queremos estimular os agricultores a aproveitarem a terra da melhor forma possível”.
Para operacionalizar o Programa em Santa Catarina, a Secretaria da Agricultura oferece a orientação técnica aos produtores, através da Epagri, e fornece as sementes de milho, por meio do Programa Terra-Boa. A Associação dos Fumicultores do Brasil – Afubra, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, e as Federações da Agricultura e dos Trabalhadores na Agricultura também são parceiros na execução do Programa.
Produção de Tabaco em SC
A Região Sul é responsável por 98% da produção brasileira de tabaco, sendo Santa Catarina o segundo maior produtor do país. Nos três estados do Sul, a produção de fumo é realizada em regime de integração com a indústria e, assim, o plantio se dá de acordo com as necessidades internas e de exportação. Segundo dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola – Epagri/Cepa, em Santa Catarina são 44 mil fumicultores, com 116 mil hectares plantados, responsáveis pela produção de 255,9 mil toneladas em 2014. As exportações chegaram a 78 mil toneladas em 2014, um rendimento de US$ 535 milhões.
O tabaco respondeu por 5,4% das exportações da região Sul e por 7,1% de tudo o que foi exportado por Santa Catarina em 2015. Quase 90% da produção de tabaco é exportada, o que representa US$ 2 bilhões.
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Ana Ceron
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