O sonho de todo pecuarista é ter uma fazenda altamente eficiente. Isso quer dizer, elevada produtividade aliada a baixo custo de produção. Mas, para ter sucesso, seja na criação extensiva ou intensiva, além do investimento em novas tecnologias e equipamentos, é fundamental que o produtor pense em bem-estar no animal.
Muitas vezes o criador em busca de aumento de ganho concentra seus esforços e investimentos no melhoramento genético do rebanho e em nutrição, mas acaba muitas vezes esquecendo de dar a devida atenção principalmente ao manejo racional, não respeitando suas vontades e características como seres vivos. Isso ocorre principalmente em fazendas de engorda e terminação que utilizam como ferramenta o confinamento.
Cada dia mais cresce a demanda por parte dos consumidores que se preocupam com a questão do bem-estar animal. Buscam produtos com rastreabilidade que atenderam aos quesitos de segurança e manejo adequado. Para atender esse mercado em ascensão e cada vez mais exigente, o produtor mais do que nunca precisa se adaptar e se adequar a esta nova realidade.
Atualmente há inclusive cursos, estudos como por exemplo, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal – ETCO e programas específicos que visam organizar as propriedades com base em princípios de segurança alimentar, responsabilidade ambiental e social e bem-estar animal. Isso sinaliza a preocupação do mercado consumidor com a maneira com que os bovinos são produzidos, transportados e abatidos.
Quando se fala em manejo racional de bovinos a primeira coisa que o produtor precisa se atentar é em relação as condições das instalações da fazenda. No caso dos confinamentos é importante verificar como está o piso onde estão os animais. Locais úmidos, com excesso de dejetos e pouco escoamento de água podem causar doenças, principalmente nos cascos e grande desconforto já que os bovinos têm como característica fazer a ruminação deitados. Ao se deitarem menos, há redução na ruminação e pode resultar em menor ingestão dos alimentos, causando queda na produção.
Os espaços físico e social dos bovinos também devem ser respeitados. No Brasil é usual adotar densidade entre 10 e 12 cabeças por metro quadrado. O número de animais por curral não deve ser superior a 120. Em currais com menor densidade o risco de formação de lama é menor.
Outro pondo importante é em relação aos currais de manejo, que deve estar bem posicionado, de forma a facilitar o acesso dos animais. Com a correta localização, o produtor precisa se atentar ao tronco/brete. No local serão realizados diversos tratos zootécnicos e veterinários de manejo, como por exemplo, vacinação, castração, aplicação de medicamentos, exames, entre ouros, que geralmente causam grande estresse. Por isso, um equipamento inadequado, mal construído, sem manutenção ou utilizado de forma incorreta, pode impactar diretamente no resultado da produção, tanto no que se refere à eficiência quanto a produtividade e bem-estar dos animais.
A dica é: ao comprar um equipamento, o pecuarista precisa procurar empresas já consolidadas no mercado com produtos certificados, testados, com qualidade e garantia e analisar se esses produtos atendem as suas necessidades. Com relação à estrutura do tronco é importante o produtor se atentar a pequenos detalhes, como por exemplo, a pescoceira. Equipamento com uma pescoceira com parede móvel é fundamental para a contenção do animal em trabalhos na região da cabeça e também facilita principalmente nos procedimentos de vacinação prevenindo assim sangrias e abcessos, o que resultam em menor sofrimento do animal, economia em vacina e medicamentos e evita traumas na carcaça.
Somando a isso é importante também que o equipamento possua sistema de cambão permitindo imobilização total e segura do animal para os serviços e procedimentos. Assim, evita-se que ele se machuque e permite que o operador trabalhe de forma eficiente e segura.
Por último e não menos importe, o criador deve realizar treinamentos e reciclagem de toda sua equipe de manejo para que a condução do gado até o curral seja sempre realizada sem agressões, sem gritos e com calma, respeitando o passo do animal. Jamais deverá ser utilizado na condução qualquer ferramenta que possa ferir o animal ou assustá-lo, muito menos choque.
A dica é sempre formar pequenos lotes de animais para conduzi-los de forma tranquila. É fundamental que todos os piquetes onde o gado for alojado tenha água, sombra e cocho. Com esses cuidados simples o produtor além de proporcionar uma vida mais digna ao seu rebanho terá muito mais ganho de produtividade por animal e consequentemente mais lucro para sua propriedade. Pequenas mudanças de hábitos fazem grande diferença.
Artigo escrito por Ailton Baraviera
Fonte: O Presente Rural
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