O agronegócio catarinense vive um momento de grande expectativa e otimismo e terá um ano sem precedentes, prevê o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, ao analisar o comportamento do mercado e das safras em 2013.
Além do anúncio oficial da abertura do mercado do Japão para a carne suína catarinense, produtores e empresários estão otimistas para o segundo semestre porque a Ucrânia e Rússia voltarão a comprar carne para suprir o consumo da população no rigoroso inverno europeu. Missão da Ucrânia veio em abril para inspecionar plantas e deve voltar a importar no segundo semestre. Além disso, Missão da União Europeia, reunindo países do leste europeu, visitou o oeste catarinense na última semana. Outro fator importante no mercado é o México. Problemas sanitários naquele país determinaram a redução da produção interna e, por isso, comprará carne de frango catarinense.
Pedrozo sublinha que os Estados Unidos abriram o mercado no ano passado, mas somente agora fecharam acordo com o Brasil para a emissão do Certificado Sanitário. Essa era a última etapa que precedia a abertura do mercado norte-americano para a carne catarinense. Três plantas catarinenses foram aprovadas para exportar. Previsão que em junho esteja liberada a venda de carne suína para EUA. Por outro lado, a Coréia do Sul, cuja missão esteve em Santa Catarina para conhecer as indústrias e o sistema produtivo agroindustrial, pode ser um grande comprador a partir do segundo semestre. O presidente da Faesc destaca que, atualmente, nenhum produto agrícola catarinense enfrenta crise de preço ou de mercado.
A rentabilidade de todos os produtos agrícolas continua alta, inclusive a maçã. “No momento não há nenhum problema de preços em produtos agrícolas.” Lembra que o crédito está fácil e abundante para os produtores rurais, via Programa ABC, Pronaf e outros instrumentos do crédito rural. O dirigente realça que Santa Catarina colheu 3,5 milhões de toneladas de milho. A previsão era de 4 milhões de toneladas, mas ocorreu queda em Campos Novos pela seca (500.000 toneladas) e será necessário importar 2 milhões de toneladas do Brasil central e do Paraguai. Atualmente, grande parte da área plantada em está sendo usada para alimentar o gado leiteiro nas propriedades rurais.
Santa Catarina é o 5o° produtor nacional de leite, crescendo entre 10% e 15% ao ano, o dobro do crescimento nacional. Pedrozo aponta a crescente expressão social e econômica da cadeia produtiva do leite. A indústria de leite tem capacidade instalada para processar 10 milhões de litros/dia, mas, os 80.000 produtores de leite geram 6 milhões de litros/dia. O preço ao produtor está ótimo: mais de 1 real o litro. “As indústrias aguardam porque sabem que a produção está crescendo aceleradamente.”
A seca na Nova Zelândia e a redução da oferta fizeram a tonelada do leite em pó no mercado mundial saltar de 3.000 para 5.000 dólares/tonelada. A cultura da soja também vive uma boa fase: a produção catarinense foi recorde de 1,2 milhão toneladas, com produtividade 3.000 kg/há ou 50 sacas. A safra de arroz rendeu 1 milhão de toneladas, volume levemente inferior (50 mil toneladas) ao ano anterior, mas, em compensação, os preços subiram porque a safra nacional caiu acentuadamente. “Por isso, a rentabilidade do agricultor catarinense foi boa”.
O presidente da Faesc observa que os preços da soja e do milho, que estiveram elevadíssimos em 2012, decaíram um pouco em face do aumento da oferta, mas a remuneração continua boa. Na área do fumo, os 60.000 produtores de fumo geraram 240.000 toneladas: preço e produtividade estão bons.
Fonte: MB Comunicação