Foto: Jornal O Celeiro

O Brasil é um dos maiores produtores de carne do mundo e o Estado que se destaca no país no setor agropecuário é Santa Catarina, que apresenta um status sanitário invejável que gera credibilidade e confiança aos produtos. O nome conquistado pelo estado foi alcançado devido ao trabalho longo e intenso de vigilância e fiscalização realizado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola – Cidasc. Proteger os rebanhos e as propriedades de doenças é a missão da entidade, que com o aumento das exportações nos últimos meses tem visto seu trabalho crescer. A gestora da Cidasc em Campos Novos, Karen Sandrin Rossi, relata a demanda crescente de trabalho e o empenho que tem sido para que manter o status alcançado pelo estado. “Temos trabalhado forte em todo o Estado para preservar nosso status e evitar que as doenças já erradicadas possam retornar. Estamos sempre dando um passo além nas medidas de vigilância, controle e erradicação das doenças. Somos reconhecidos, valorizados, mas somos muito cobrados também. Então, queremos sempre melhorar”, declarou Karen.

Em Campos Novos a equipe da Cidasc é composta por apenas três médicos veterinários, 12 auxiliares agropecuários, que trabalham nas barreiras da região, dois classificadores de produtos vegetais e três auxiliares administrativos. Apesar de ser um grupo pequeno o trabalho na região tem sido bem realizado, porém há um desejo de que venham mais profissionais para dividir o trabalho. “Temos a necessidade de incrementar este número porque o trabalho é grande. O trabalho tem sido feito, mas devido o número pequeno faz com que alguns prazos se estendam porque a demanda é grande”, acrescentou Karen. Porém, a gestora afirmou que não há nenhuma confirmação de que o time será reforçado.

Entre as principais atividades realizadas pela Cidasc na região de Campos Novos estão a prevenção, vigilância, controle e erradicação de doenças dos animais, execução das ações preconizadas pelos programas sanitários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, a identificação de bovinos e o atendimento de ilegalidades. No município é possível encontrar uma quantidade considerável de produtores de suínos, de aves e de bovinos, e todos eles precisam ser verificados de perto pelas equipes da Cidasc.

O órgão também é focado na vigilância e controle das cargas de animais, produtos de origem animal e vegetal que ingressam ou passam pelo estado. No posto da Cidasc, localizado na BR 470, é feito um controle rigoroso dos veículos transportadores. “Nosso objetivo é ter uma vigilância voltada para a identificação de novas doenças e ações rápidas para conter e evitar que se espalhem. Para evitar a entrada das doenças temos as barreiras sanitárias. Aqui em Campos Novos temos na BR-470 um corredor sanitário que funciona 24h, e uma barreira de rechaço em Zortea. A Cidasc está atenta ao controle do trânsito animal e vegetal, todos os veículos que ingressam com cargas de animais ou produtos de origem animal são parados para fiscalização, tudo que vai para a exportação é controlado”, explicou a gestora.

Com a intensificação do setor agropecuário na região, a demanda de trabalho aumenta principalmente burocraticamente. A equipe da Cidasc precisa documentar todas as ações realizadas, com registros auditáveis, para comprovar as ações e garantir que novos mercados sejam conquistados. E as exigências vão sempre aumentando para que o estado esteja de acordo com os padrões estabelecidos por outros países.

Um dos motivos de Santa Catarina ser destaque no cenário agropecuário é o reconhecimento internacional do status sanitário do Estado, sendo o único Estado do país livre de Febre Aftosa sem vacinação, uma doença que já causou muitos prejuízos aos produtores e ao mercado de carne. O estado também reconhecido como livre de Peste Suína Clássica. Porém ainda existe um empenho para conter algumas doenças que, vez por outra, ainda surgem. Diversas doenças dos animais, dentre as de notificação obrigatória, causam sérias repercussões para a saúde pública e para o trânsito e comércio de animais, seus produtos e subprodutos, por isso é necessário contar com um sistema eficiente de notificação e de atuação do serviço veterinário oficial. Entre essas doenças estão a Raiva e a Brucelose. Veja o que a gestora da Cidasc falou sobre a atual situação dessas enfermidades no estado:

Raiva Bovina

Ano passado os produtores foram surpreendidos por casos de raiva bovina. Mas hoje, na região, consideramos a raiva controlada. Os últimos casos foram no primeiro semestre de 2019 e não houve mais ocorrências. “Não podemos a afirmar que não existe a circulação viral, principalmente a população dos morcegos hematófagos. Para garantir que não hajam novos casos é importante o produtor continuar com a vacinação anual do rebanho. Ter a vacina da raiva no calendário de rotina é essencial, pois é a única forma de prevenção”.

Brucelose

Santa Catarina é um estado que tem a menor prevalência da doença no Brasil, mas ainda não está erradicada. “Na fase de erradicação trabalhamos para eliminar a doença do estado. Todo animal diagnosticado como positivo é enviado para o abate sanitário, a propriedade entra em saneamento e todos os animais são testados para identificar novos casos para manter o rebanho limpo. Isso é feito em todas as propriedades para tentar eliminar a doença. Nas propriedades que tem foco da doença é permitido o uso da vacina RB51 para facilitar o saneamento, porque a brucelose é uma doença reprodutiva e as bactérias podem infectar o ambiente. A vacina é uma aliada para essa proteção.”

Karen destaca que a colaboração do produtor nas ações da Defesa Sanitária Animal é uma forma de proteger a sua propriedade e o seu rebanho. Parte desse cuidado, que inclui o Estado e os produtores, se dá em virtude de todos os fatores envolvidos, que se não forem levados a sério poderão gerar impactos grandiosos. “Os produtores precisam se conscientizar da sua importância nas ações realizadas pela Cidasc, no seu papel na notificação da ocorrência de doenças, pois sem a colaboração dos produtores rurais, nosso trabalho não obterá o resultado esperado. Aliado a isso, temos a vigilância e a fiscalização, pois descuidos podem trazer prejuízos econômicos que podem afetar todas as cadeias. No caso da entrada de uma doença no Estado, como a Febre Aftosa, os prejuízos serão catastróficos, afetando a exportação de produtos de origem animal e vegetal”, ressalta. Não é apenas uma questão de manter um status, mas garantir que novos mercados sejam conquistados, por isso o trabalho da Cidasc continua sendo de manter a excelência em sanidade agropecuária.

Fonte: Jornal O Celeiro

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