Foto: Edgar Meneghetti

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc do Departamento Regional de Chapecó realizou, na noite de ontem, 15 de julho, ação de captura e controle populacional de morcego hematófago na área rural do município de Serra Alta. A captura foi realizada pelo médico veterinário do Departamento Regional da Cidasc de Chapecó, Ivan Niederle Ulsenheimer, e contou com o apoio do auxiliar agropecuário Edgar Meneghetti.

Foto: Edgar Meneghetti

Conforme o médico veterinário Ivan Niederle Ulsenheimer, as ações de controle populacional nesse abrigo em Serra Alta foi iniciado em janeiro de 2019 e contou com a parceria dos produtores rurais que estavam sofrendo com o ataques dos morcegos no rebanho. A Cidasc realizou ações de educação sanitária em várias propriedades da região e após essas atividades os produtores iniciaram as notificações de mordeduras e sinalização de possíveis abrigos. A partir da localização dos abrigos, a Cidasc já realizou 5 atividades de controle, com captura de 16 morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus, sendo uma parte encaminhada para laboratório e os outros foram soltos após receberem tratamento com pasta vampiricida

“Nas regiões com casos de mordeduras por morcegos a Cidasc realiza a inspeções dos abrigos existentes e já cadastrados e, com o auxílio dos produtores rurais, é feita a inspeção de outros locais indicados, para a localização e controle da população desses morcegos, evitando o ataque aos animais. Na ação de ontem, foi capturado somente 1 morcego da espécie vampira. A redução no número de animais capturados e o trabalho de educação sanitária no município de Serra Alta evidencia o resultado positivo das ações realizadas pelos profissionais da Companhia na captura e controle populacional, o que podemos comprovar também pelo relato dos produtores rurais que tem observado uma redução drástica nas mordeduras nos animais da propriedade”, ressalta Ivan.

Foto: Edgar Meneghetti

De acordo com o médico veterinário Ivan, existem mais de 1000 espécies de morcegos, mas somente três são hematófagos. Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, mas para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso os morcegos hematófagos, conhecidos popularmente como morcegos vampiros (que se alimentam de sangue dos animais) são os transmissores mais frequentes. O morcego vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvore, minas e casas abandonadas.

A notificação de enfermidade em animais (bovinos, caprinos, equinos ou suínos), ao serviço veterinário oficial, além de evitar que a doença se propague, com prejuízos à produção agropecuária, também facilita e torna mais eficaz o trabalho de sanidade animal desenvolvido pelo Cidasc.

Sobre a doença

A raiva é uma doença fatal que acomete todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. É transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres infectados. A doença é transmitida pelo morcego hematófago, também conhecido como morcego vampiro, que se alimenta basicamente do sangue.

Conforme a Cidasc, dentre as várias medidas adotadas pela Companhia para sanear os focos de raiva no estado está a investigação epidemiológica na propriedade de origem e notificação de produtores rurais para vacinação focal e perifocal, abrangendo todos os herbívoros existentes nas propriedades próximas. A vacina é adquirida em lojas agropecuárias. Nas áreas de ocorrência de raiva a vacinação será adotada sistematicamente, em bovídeos e eqüídeos com idade igual ou superior a 3 (três) meses, sob a supervisão do médico veterinário. A vacinação de bovídeos e eqüídeos com idade inferior a 3 (três) meses e a de outras espécies poderá ser realizada a critério do médico veterinário. Animais primovacinados deverão ser revacinados após 30 (trinta) dias. Após a vacinação, o produtor deverá comprovar a vacinação de seus animais a Cidasc, apresentando a nota fiscal de compra, que deve constar o nome comercial da vacina e sua partida. A melhor forma de evitar a doença é a prevenção, através do controle de populações de morcegos hematófagos e a vacinação dos bovinos, equídeos, suídeos, caprinos e ovinos.

Sintomas

O animal agredido por morcego hematófago apresentará um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da Raiva são a respiração ofegante, salivação intensa, agressividade, incoordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. 

Foto: Edgar Meneghetti

Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina

O PCRH em Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população de transmissores (morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus); a vacinação dos herbívoros domésticos em situações específicas; a vigilância epidemiológica; o cadastramento e monitoramento sistemático de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial – SVO. Para conferir a página do programa, acesse o link.

Fonte: Médico veterinário Ivan Niederle Ulsenheimer – Departamento Regional de Chapecó

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