Foto: Ascom Cidasc

O Departamento Regional da Cidasc em Caçador, através da equipe composta pelos médicos veterinários Luís Felipe Sperry Bratti, Luiz Antônio Ferreira e Ubirajara Capri Muliterno realizaram, no dia 31 de maio, o treinamento técnico do médico veterinário Anderson Favretto, da Unidade de Veterinária Local de Curitibanos, com orientação sobre captura, identificação e reconhecimento do morcego hematófago da espécie Desmodus Rotundus. A captura dos morcegos hematófagos foi realizada para controle populacional em uma propriedade rural no município de Rio das Antas. A ação foi acompanhada pelo técnico em segurança do trabalho da Cidasc, Mércio Viot e de um profissional da empresa Total Life.

O monitoramento dos abrigos visa levantar dados para amparar as ações para controle populacional do morcego Desmodus rotundus, principal transmissor da raiva aos herbívoros. Estes morcegos são encontrados no continente americano, da Argentina até o México, e costumam se abrigar principalmente em cavernas e ocos de árvores em áreas de floresta.  Neste trabalho, o  serviço de defesa agropecuária realiza a estimativa populacional desta espécie, através da inspeção visual e da constatação da presença ou não de fezes frescas nos seus abrigos. 

A captura do morcego hematófago (Desmodus rotundus) é realizada por meio da instalação de redes próximas aos seus abrigos. Após a sua captura, são identificados, sexados e soltos após o tratamento com pasta à base de warfarina. 

Foto: Ascom Cidasc

É importante ressaltar que os morcegos são animais silvestres protegidos por legislação, por isso o seu manejo só deve ser realizado por pessoas treinadas e habilitadas para esta atividade, não devendo ser capturados e mortos pela população.  Caso o produtor identifique sinais de mordedura em seus animais, e possíveis abrigos de morcego hematófago a Cidasc deverá ser comunicada.

Foto: Ascom Cidasc

Sobre a Raiva
A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida (há apenas três casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.

Morcegos

Os morcegos hematófagos são os principais hospedeiros do vírus da raiva por via aérea na América do Sul, portanto, mantenha sempre distância de morcegos mesmo que estejam imóveis e aparentemente mortos. O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o maior responsável pela transmissão da doença entre herbívoros.

O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as demais espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial, devem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo”.

Em caso de acidente com um desses animais procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido e exija o tratamento adequado.

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva;

– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade

– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;

– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.

ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.

Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina

O programa está apoiado em quatro pilares:
Educação Sanitária;
Vacinação do rebanho;
Vigilância Epidemiológica;
Monitoramento de abrigo e manejo populacional do Desmodus rotundu (principal vetor de transmissão da raiva dos herbívoros).

O produtor é peça chave para o bom andamento do programa, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc. Além dele ter a responsabilidade de vacinar seu rebanho contra a raiva, ação realmente efetiva para o controle da doença.

A Cidasc estimula a vacinação e também a identificação dos animais doentes com sintomas compatíveis com a raiva dos herbívoros, que quando vierem a óbito terão material colhido para diagnóstico da doença. Além disso, monitoramos os abrigos cadastrados na área de foco para fazer o controle populacional do vetor da doença, o morcego hematófago Desmodus rotundus.

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