O setor leiteiro brasileiro poderá participar das definições sobre o texto final do regulamento sanitário. A garantia foi dada ao presidente da Subleite – Subcomissão Permanente do Leite da Câmara, deputado federal Junji Abe (SP), pelo diretor do Dipoa – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Leandro Diamantino Feijó.
Elaborado há 62 anos e “obviamente obsoleto quanto às tecnologias e possibilidades atuais, inexistentes em 1952”, o Riispoa está em fase de revisão, como pontuou Junji, lamentando a demora no processo. Pior, segundo o deputado, são normas que entraram em vigor, “desesperando o setor produtivo que continua sem acesso” ao documento proposto. O presidente da Subleite referiu-se a Instrução Normativa 62, que mudou a metodologia de classificação do leite para eliminar o tipo B, deixando apenas o A e o C.
Outra preocupação que tira o sono do setor leiteiro é como o novo Riispoa tratará o sistema de transporte do leite cru. Na regra vigente, o transbordo é proibido, prejudicando produtores e indústrias que gastam mais tempo e dinheiro com o processo feito à moda antiga. Compreensivo em relação às preocupações destacadas por Junji, Feijó disse que a minuta do novo Riispoa não se encontra mais no Ministério da Agricultura, mas sim na Casa Civil. De qualquer forma, ele garantiu que enviará uma cópia do documento a todos os membros da Câmara Setorial do Leite.
O colegiado reúne representantes de toda cadeia produtiva do setor. O compromisso resulta de determinação do ministro Neri Geller. Com a medida, o diretor espera receber dos parlamentares e de entidades do setor sugestões e questionamentos em relação ao documento. O objetivo é elaborar o texto final do regulamento, com a participação direta da categoria, para defendê-lo junto à Casa Civil. “É o único meio de ser justo com a cadeia produtiva do leite e de garantir regras eficientes e factíveis”, elogiou Junji.
Participaram do encontro a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil; a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios; a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios; a Faesp – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo; e a OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras.
Fonte: Informativo Cooperativista