Técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária embarcam para o exterior logo após a reunião do comitê científico da Organização Mundial de Saúde Animal que acontece em Paris entre 4 e 8 de fevereiro.
A expectativa é que o comitê mantenha o status da carne brasileira de “risco insignificante”, derrubando automaticamente o embargo em diferentes países.
Países como a Arábia Saudita e China, que juntos compraram US$ 238 milhões em carne no ano passado, serão procurados pelos brasileiros para que as exportações sejam retomadas imediatamente.
As negociações com o maior comprador de carne brasileira, a Rússia, serão intensificadas depois do carnaval, durante visita do primeiro ministro, Dmitri Medvedev, ao Brasil.
A Rússia é hoje o primeiro destino internacional da carne brasileira, tendo comprado US$ 1,1 bilhão no ano passado.
O país é o maior importador de carne bovina brasileira, o segundo de carne suína e o quinto de carne de frango, mas tem colocado exigências sanitárias questionadas pelas autoridades brasileiras.
Bem-estar animal – A União Europeia também tem feito exigências ao comércio da carne brasileira.
Dia 24 , a presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes da União Europeia e assinou um protocolo de cooperação técnica na área de bem estar animal.
Há uma preocupação cada vez maior nos países europeus em relação ao bem estar dos animais criados para abate.
A União Europeia tem tentado criar regras comerciais obrigando exportadores de carne a não manter animais confinados o tempo todo e a interromper o transporte de gado, frango e suínos, por exemplo, para alimentar, dar água e banho aos animais.
As regras de bem estar animal brasileiras não são tão rígidas quanto às da União Europeia que, em 2011, comprou o equivalente a US$ 820 milhões em frango e US$ 787 em carne bovina do Brasil.
No caso da Europa, a carne brasileira é o sétimo item no ranking de exportações, perdendo para produtos como café, soja, fumo, suco de laranja e açúcar.
Na reunião da presidente com representantes da União Europeia, contudo, não foram tratadas duas pendências específicas como a exigência de que 100% da alimentação do gado brasileiro seja pasto e a certificação individual de propriedade.
O Brasil considera que as exigências são discriminatórias e tenta, em reuniões bilaterais específicas, acabar com essas restrições.
Fonte: Folha