Carga. Motorista não quis voltar ao Paraná para providenciar a documentação da carga
Foto: Carlos Junior/ND

Uma carga de dezesseis mil toneladas de laranjas foi despejada, na tarde desta terça-feira (19), no aterro sanitário de Joinville. O produto vinha do Paraná e estava em um caminhão com placa MKV-9960, de Braço do Norte (SC), e não tinha autorização sanitária necessária para entrar no Estado.

A irregularidade foi descoberta depois que o motorista do caminhão, Alexandre Wieme, não parou no posto de fiscalização obrigatória da CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) em Garuva, na BR-101. “Ao perceber que o caminhão desviou o posto, a Polícia Rodoviária Federal abordou o veículo em Pirabeiraba”, conta o gerente regional da Cidasc, Fernando Rothbarth.

O condutor disse que não tinha a documentação sanitária da carga e foi escoltado pela polícia até o posto da Cidasc em Guaruva. Fernando explica que o documento de origem sanitária é obrigatório para as cargas de origem animal ou vegetal que entram no estado. “Este documento é o atestado que os produtos têm uma origem de acordo com as normas da Vigilância Sanitária e não estão contaminados”, comenta.

No caso da laranja, especificamente, o problema segundo o gerente é a possível contaminação com a praga Cancro Cítrico. “Como o condutor não tinha documentação da carga, ele teria duas opções, voltar para a cidade de origem e conseguir o documento, no caso Arapongas (PR), ou descartar a carga”, pontua o gerente.

O caminhoneiro decidiu retornar ao Paraná. Mais uma vez escoltado pela PRF, ele seguiu até perto do pedágio, onde entrou em um posto. “Lá ele mudou de ideia. Disse que não voltaria ao Paraná e, então, a carga foi retida. Trouxemos o caminhão até o aterro sanitário de Joinville, onde as frutas foram desprezadas”, finaliza o fiscal Fernando Rothbarth.

Após o procedimento, o caminhoneiro e o veículo foram liberados.

Saiba mais

Cancro Cítrico – é uma doença causada pela bactéria xanthomonas axonopodis. Fortes restrições comerciais às exportação de frutas cítricas, nas formas in natura e de suco, têm sido impostas aos países onde se constatou a doença. A recente evolução do cancro cítrico nos pomares paulistas e paranaenses coloca em risco a sobrevivência do negócio citrícola, por impor fortes perdas aos citricultores. A doença provoca lesões nas folhas, nos frutos e ramos, causando a queda dos frutos e folhas e da produção. A bactéria do cancro é de fácil disseminação, sendo um de seus vetores o homem.

Fonte: Embrapa