O Brasil hoje possui cerca de 30 milhões de hectares com potencial para irrigação distribuídos de norte a sul do país. Diante deste cenário, investir na agricultura irrigada significa trazer ganhos de produtividade que podem fazer o país despontar como uma potência mundial na produção agrícola sustentável.
O Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), tem investido no aperfeiçoamento e na ampliação da área irrigada no Brasil. Entre as iniciativas desenvolvidas está o Programa Mais Irrigação, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões, em recursos federais e parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de desenvolvimento.
Em outra frente, o ministério tem incentivado os estados a elaborar Planos Diretores de Irrigação, com indicadores, metas e prioridades para a agricultura irrigada. Esse é um instrumento estratégico para a política pública voltada para o setor. Com a nova Política Nacional de Irrigação, aprovada este ano, o Governo Federal estabeleceu ainda novas estratégias para o desenvolvimento da agricultura irrigada, visando ao aumento da produtividade, de forma sustentável, e a redução de riscos climáticos para agropecuária.
Para o Secretário Nacional de Irrigação, Guilherme Orair, o uso das técnicas de irrigação pode aumentar a produtividade da lavoura, contribuindo para a preservação dos biomas brasileiros, na medida em que se reduz a demanda pela expansão da fronteira agrícola. “A irrigação pode trazer ao produtor rural ganhos de produtividade muito elevados. Para algumas culturas, este índice pode chegar a 300%”, destaca o secretário.
De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, as possibilidades da agricultura irrigada estão em todas as regiões. Na região Norte, por exemplo, 14,6 milhões de hectares apresentam as condições para o desenvolvimento de atividades agropecuárias que podem utilizar técnicas de irrigação. Já no Centro-Oeste são 4,9 milhões de hectares disponíveis. São mais 4,5 milhões de hectares no Sul, 4,2 milhões de hectares no Sudeste e 1,3 milhão de hectares no Nordeste.
No Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e de Pernambuco, a fruticultura irrigada permite o desenvolvimento de polos regionais de produção e exportação. Já no Rio Grande do Sul, por exemplo, a irrigação adquire especial importância nas lavouras de arroz. A técnica da reservação, com a adequada distribuição da água ao longo do ano, por meio da irrigação, é fundamental nesse tipo de produção.
Na análise de dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, verifica-se que a produção agrícola dos estados do Centro-Oeste teve uma participação relevante e permitiu à região um crescimento de 3,3%. Esse resultado foi alcançado em grande medida pelo uso de técnicas de irrigação nas culturas com maior volume de produção, como o milho e a soja.
Segundo o professor Demetrios Christofidis, da Universidade de Brasília, a produtividade da agricultura irrigada brasileira chega a ser três vezes maior que a obtida com a agricultura tradicional. Em termos econômicos, o ganho com a irrigação é ainda mais expressivo. “A produtividade econômica decorrente da venda dos produtos irrigados é cerca de sete vezes maior daquele obtida com os produtos da agricultura tradicional”, explica o professor de Sistemas de Irrigação e Drenagem, do curso de Engenharia Civil.
Atualmente, segundo dados da Agência Nacional de Águas, são 5,5 milhões de hectares irrigados no país. As culturas com mais áreas irrigadas são cana-de-açúcar (1,7 milhão de hectares); arroz em casca (1,1 milhão de hectares); soja (624 mil hectares); milho em grão (559 mil hectares) e o feijão de cor (195 mil hectares). O estado que concentra a maior área de lavouras irrigadas é o Rio Grande do Sul, com 984 mil hectares. Em seguida, estão São Paulo (770 mil hectares), Minas Gerais (525 mil hectares), Bahia (299 mil hectares) e Goiás (270 mil hectares).
Assessoria de Comunicação Social