Enori Barbieri, presidente da CIDASC

Lideranças do Governo do Estado e do agronegócio catarinense vivem um dia histórico nesta sexta-feira, 28, em Tóquio, quando será assinado o contrato para exportações da carne suína de Santa Catarina para o Japão, o maior importador mundial do produto. Nesta primeira etapa, oito plantas de cinco empresas catarinenses foram autorizadas a vender cortes de carne suína para os japoneses. A expectativa é de que a nova parceria comercial represente um ganho significativo em preço e em volume.

Na manhã desta quinta-feira, 27, no horário do Japão (noite de quarta, 26, em Brasília), o governador Raimundo Colombo conversou com jornalistas que integram a comitiva catarinense em Tóquio. O governador destacou a importância do Japão para a estabilidade da suinocultura do Estado, pois, além de comprar cortes de valor agregado, os japoneses fazem contratos de longo prazo. “Hoje vendemos para mercados muito instáveis, o que derruba o preço. Por isso, a suinocultura vive enfrentando crises. Com o Japão, não tenho dúvidas de que vamos estabilizar o mercado, vamos ter um preço melhor e um volume muito maior. É de fato uma oportunidade que a gente nunca teve”, explicou Colombo.

Após conversa com a imprensa, o governador teve encontros com lideranças do Banco do Brasil em Tóquio, importante parceiro do Governo do Estado. Ainda para esta quinta, dia 27, (às 20h30min no horário em Tóquio e 8h30min no horário de Brasília), está programada uma recepção em homenagem ao governador Raimundo Colombo na Residência Oficial da Embaixada do Brasil no Japão, cerimônia promovida pelo embaixador Marcos Galvão.

Empresários

Uma comitiva de empresários, liderada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), também está no Japão para tratar das negociações para a venda de carne suína, visitando órgãos de comércio exterior e potenciais compradores. “A abertura do mercado japonês para a carne suína de Santa Catarina é um certificado que representa um exame muito rigoroso das condições de sanidade e da qualidade do nosso produto. Já temos participação expressiva na venda de frango catarinense para o Japão e, agora, buscaremos o mesmo sucesso com a carne suína”, avalia o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.

O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, afirma que os primeiros embarques da carne suína catarinense para o Japão ocorrem dentro de 90 dias. Oito frigoríficos foram habilitados a exportar carne suína ao mercado japonês nesta etapa: BRF (com as unidades de Campos Novos e de Herval D’Oeste), Seara (frigoríficos de Seara e de Itapiranga), Pamplona (Rio do Sul e de Presidente Getúlio), Aurora (Chapecó) e o Sul Valle (São Miguel do Oeste).

Nesta quinta-feira, dia 27, os empresários da Fiesc visitaram a Jetro – Japan External Trade Organization, órgão de apoio aos empresários japoneses interessados em exportações e importações. A comitiva catarinense conheceu a estrutura de apoio oferecida aos japoneses, entre elas, a Jetro Business Library Tokyo, uma biblioteca especializada em informações econômicas e de comércio exterior, localizada em Tóquio. A Fiesc presenteou a entidade com publicações, no idioma japonês, que tratam da economia catarinense e convidou a Jetro para promover uma missão com empresários japoneses interessados em visitar Santa Catarina e conhecer novas possibilidades de investimentos.

Seminário

Nesta sexta-feira, dia 28, a partir das 9h no horário do Japão (21h de quinta-feira, dia 27, no horário de Brasília), terá início em Tóquio o seminário “A carne suína de Santa Catarina e do Brasil no Japão”, que reúne empresários japoneses e catarinenses. O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, comprando o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano (em equivalente a carcaça). A expectativa do presidente da CIDASC, Enori Barbieri, é de que, em uma primeira etapa, Santa Catarina responda por 10% desse mercado, ou seja, cerca de 120 mil toneladas.

O Japão é um mercado especialmente importante, pois, além de ser o maior importador do mundo, é uma referência internacional no setor. Ou seja, o aval dos japoneses deve agilizar a negociação para venda de carne suína catarinense para novos destinos, como Coreia do Sul e União Europeia, que já estão em negociações com o Governo do Estado. O governador Raimundo Colombo afirma que a expectativa é muito grande em relação à confirmação, em breve, da abertura do mercado da Coreia do Sul para a produção da suinocultura de Santa Catarina.

No seminário desta sexta-feira, promovido pela Fiesc em parceria com o Governo do Estado, estão confirmadas as presenças do governador Raimundo Colombo; do Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues; do Diretor de Defesa Agropecuária, Roni Tadeu Naschenveng Barbosa; do presidente da Cidasc, Enori Barbieri; do presidente da Fiesc, Glauco José Côrte; do embaixador do Brasil em Tóquio, Marcos Galvão; do ministro da Embaixada do Brasil em Tóquio, Alexandre Porto; do presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas; do diretor do Sindicarne, Ricardo de Gouvêa; e do vice-presidente de assuntos corporativos da Brasil Foods (BRF), Wilson Newton de Mello Neto; entre outras autoridades.

Status diferenciado

Santa Catarina é líder nacional em produção de carne suína (média de 800 mil toneladas por ano) e o único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação. Historicamente, os japoneses só importavam carne suína quando todo o país de origem possuía o status de área livre de aftosa, mas foi aberta uma exceção para SC, diante da qualidade do trabalho sanitário – o governo catarinense mantém uma barreira sanitária em cada fronteira do Estado (são 67 em operação atualmente). A última ocorrência de febre aftosa em Santa Catarina foi em 1993. O Estado suspendeu a vacinação em 2001 e, em 2007, garantiu a certificação com área livre de febre aftosa sem vacinação, emitida pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).

Alexandre Lenzi 

Secretaria de Estado de Comunicação