Além de insumos como sementes, fertilizantes e defensivos, a logística para escoamento da safra tem tido um peso extra nos custos da atividade. Com o aumento da demanda por transportes, os valores de fretes alcançam novos recordes em cada pico de colheita. De acordo com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o transporte de uma carga de 30 toneladas de Cascavel (Oeste) até o Porto de Paranaguá desconta R$ 0,50 por saca, incluindo despesas com pedágio. “Na minha opinião, esse custo vai ficar ainda pior, porque não temos previsão de melhora em pelos menos três anos, tanto em obras de porto como em ferrovias”, avalia o assessor da entidade, Nilson Hanke Camargo.
Em estados do Nordeste brasileiro, contudo, os gastos para levar as carretas até seu destino são menores do que em estados como Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Esse diferencial coloca os produtores nordestinos em vantagens em anos de safra cheia, porque maior parte do mercado consumidor da safra de grãos fica próximo da origem dos produtos. Já nos estados onde há excesso exportável, a distância entre as lavouras e os portos chega a superar os 1 mil quilômetros. “Em alguns anos, os produtores do Centro-Norte ganham até mais do que os de estados consolidados, como no Sul, por exemplo. Eles têm conseguido altos índices de produtividade e os custos para implantação da lavoura são praticamente os mesmos”, diz o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.
A safra 2012/13 é considerada um ponto fora da curva para os agricultores da nova fronteira agrícola brasileira – formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MaToPiBa). Por causa de uma seca prolongada no final do ciclo, a produção de soja foi fortemente castigada. Segundo a Expedição Safra Gazeta do Povo, houve redução de 15% na produtividade da região em relação ao ano passado. Se comparado ao potencial esperado, a quebra é ainda maior.
Fonte: Gazeta do Povo