O Código Florestal e a Medida Provisória dos Portos foram as maiores vitórias do agronegócio brasileiro no Congresso Nacional” realçou a senadora e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, durante o Seminário Estadual de Líderes Rurais, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), em Chapecó.
O seminário discutiu as conquistas, desafios, ameaças e oportunidades do setor. Participaram mais de 600 pessoas, entre presidentes de Sindicatos Rurais de todas as regiões catarinense, jovens participantes do Programa Empreendedor Rural (PER) desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), e profissionais da imprensa.
A senadora ressaltou a importância econômica do agronegócio brasileiro que, no ano passado, atingiu US$ 507 bilhões o que corresponde a 22,46% de todo o PIB nacional (US$ 2,251 trilhões). Enfatizou a necessidade de equilíbrio dos subsetores que são insumos agropecuários (11,97%), produção agropecuária (28,87%), agroindústria (28,12%) e distribuição (31,4%). Na safra de grãos e fibras, a senadora explicou que a tecnologia utilizada como base do desenvolvimento da agricultura alavancou.
O agronegócio brasileiro é responsável por mais de um terço das exportações do Brasil, com 39,5%, contra 60,5% dos demais setores. “Isso também reflete na balança comercial o que auxilia na economia. Em 16 anos, foram US$ 482 bilhões de superávit do agronegócio para a economia brasileira”, complementou. No ranking mundial de produção e exportações brasileiras os principais produtos são: açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos, carne bovina, carne de frango, milho, carne suína, óleo de soja, farelo de soja e algodão.
Outra conquista foi a queda nas taxas de juros do crédito rural. Da safra 2003/2004 os juros para custeio eram de 8,75% e caíram para 4,5% na safra 2013/2014. Na taxa de juros para investimentos, no mesmo período, reduziu de 8,75% para 3,5%. A senadora ressaltou ainda a Lei de Integração (Projeto de Lei nº 330/2011), que regulamenta a relação entre produtores integrados e agroindústria integradora, com: os itens básicos que os contratos devem conter, a divisão de riscos e a criação de um canal de diálogo paritário entre produtores e agroindústria.
Relacionado à infraestrutura, a presidente da CNA abordou a mudança geográfica da produção principalmente do complexo de soja e milho, a situação das rodovias de Santa Catarina que 59,8% está ruim/péssima ou regular e o planejamento da ampliação da malha ferroviária que prevê 7.500 quilômetros com recursos do Governo Federal e também concessões. O ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, fundador da Embrapa, se mostrou entusiasmado com a juventude presente no evento. “Esse é o gargalo que o mundo está procurando resolver: de como transformar a juventude em empresários eficientes, pois, o Brasil tem uma vocação natural de abastecer o mundo”, enfatizou.
Paulinelli destacou inúmeras vezes que os jovens empreendedores rurais têm a responsabilidade de melhorar a produção brasileira. “Minha geração mudou os rumos do País, mas cabe aos jovens mantê-lo na direção e transformá-lo em um centro produtivo que o mundo deseja”, realçou. Em relação à produtividade, o ex-ministro foi enfático “ou criamos conhecimento próprio para o bioma brasileiro ou estamos aleijados do processo produtivo”. Para Paulinelli, o Brasil tem potencial para ser o maior produtor e exportador e os jovens são a chave de todo o processo.
Três alunos do Programa Empreendedor Rural (PER) de 2013 também apresentaram seus projetos. O programa tem como objetivo desenvolver competências empreendedoras e preparar líderes para ações sociais, políticas e econômicas sustentáveis no agronegócio. O programa – totalmente gratuito – é patrocinado pelo Senar/SC, tem 136 horas de aulas teóricas e práticas ministradas no período de março a novembro. Para obter essa qualificação de alto nível é necessário ter idade superior a 18 anos, primeiro grau completo, ser produtor rural ou pertencer à família do campo e estar disposto a desenvolver um espírito empreendedor.
Cada turma do PER elegeu um projeto representante que passou por uma banca examinadora para ser apresentado durante o Seminário. Todos os projetos foram avaliados por uma banca, levando-se em conta os critérios estruturais previamente informados. O presidente da Faesc, José ZeferinoPedrozo, realçou que o momento é ótimo para o agronegócio e para o setor primário, mas é fundamental informação. “Para manter o jovem no meio rural ele precisa estar profissionalizado.
Neste sentido, o PER é a menina dos olhos do Sistema FAESC/SENAR porque incentiva o empreendedorismo. Nossa preocupação é preparar a juventude rural para que torne-se empresários e preparar as propriedades para enfrentar os desafios econômicos”, observou.
Fonte: MB Comunicação