Demanda internacional puxa resultado e produtores têm crescimento de faturamento médio de 18%, afirma Enori Barbieri
Quedas na safra em grandes produtores internacionais de grãos e leite, demanda aquecida e dólar favorável às exportações irão levar o agronegócio catarinense ao seu melhor ano em faturamento em 2013. A avaliação é de Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), durante o Seminário Estadual de Líderes Rurais que ocorre nesta sexta-feira em São José, na Grande Florianópolis. A estimativa é de um crescimento em faturamento na ordem de 18% para o setor estadual.
— Há 20 anos não tínhamos um ano tão positivo para o agronegócio em remuneração aos produtores — afirmou Barbieri.
De acordo com ele, todos os setores produtivos de Santa Catarina foram irrigados com dinheiro e conseguiram reverter o cenário de perdas em anos anteriores.
No milho, a queda na produção dos Estados Unidos levou os produtores catarinenses a exportarem 23 milhões de tonelados do grão em 2013. Com isso, o preço da saca chegou a R$ 30.
A produção da suinocultura, que sofreu em anos anteriores, recuperou a posição com a entrada no mercado japonês. Segundo Barbieri, também há a expectativa de início de vendas para a China, que começa tímida mas tem grande potencial de crescimento.
— O preço do quilo do suíno vivo chegou a R$ 4 para o produtor. No primeiro semestre, estava a R$ 2,3 — afirmou.
A produção de latícinios também passou por um excelente 2013. Em Santa Catarina, há cerca de 200 mil propriedades rurais e pelo menos 80 mil têm o leite como principal atividade. O preço da tonelada de leite em pó no mercado internacional chegou a US$ 6 mil, motivado principalmente pela queda da produção na Nova Zelândia, um dos principais produtores mundiais.
— Eu tenho até medo de perder o emprego, porque trabalho defendendo o produtor e não tem mais ninguém reclamando — brincou Barbieri.
As perspectivas para 2014 são de bons preços, mas abaixo de 2013. De acordo com o vice-presidente, os preços não devem ser mais os mesmos, porque já há uma tendência de recuperação dos estoques nos Estados Unidos. A saca de milho, por exemplo, que chegou a valer R$ 30 para o produtor, deve ficar na casa dos R$ 21, aposta Barbieri.
Fonte: Diário Catarinense