No estado de Santa Catarina, o secretário da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, salienta que todos os órgãos da secretaria, por meio da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) e do Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina) estão monitorando a situação da falta de chuvas e a alta temperatura registrada no Estado. “Os valores dos prejuízos ainda não foram quantificados, mas há expectativa de volta de chuvas a partir da segunda quinzena deste mês”, destaca.
Em São Miguel do Oeste, as safras de milho plantadas em um período mais cedo não foram afetadas e a colheita está indo bem, mas as “safrinhas”, período conhecido como preparo do solo para o plantio até a colheita de determinada cultura, serão afetadas pelas altas temperaturas. A informação é do secretário de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Deoclides Dalla Rosa.
De acordo com ele, ao contrário do milho, a safra de soja apresenta problemas em seu desenvolvimento, o que afetará a produtividade. “A perda com a soja é muito grande, a safra está se perdendo. A soja está abortando a vagem e morrendo”, explica.
Outro problema sentido na agricultura é a diminuição da produção de leite. “O calor e a falta de água estão prejudicando a produção de pastagens, onde as mesmas ficam secas, não servindo como alimento para as vacas de leite, reduzindo a quantidade de leite produzida. Os agricultores estão sentindo a quantidade de leite produzido diminuir a cada dia”, comenta.
Para ajudar a sanar os problemas sentidos pelos produtores, a prefeitura está distribuindo água no interior através de caminhões pipa. Segundo Dalla Rosa, a distribuição iniciou no dia 22 de janeiro, e até agora já foram distribuídos mais de dois milhões e trezentos litros de água.
Além da distribuição, o secretário e sua equipe estão fazendo visitas aos agricultores para tomarem conhecimento dos problemas existentes e buscarem formas de resolvê-los. “Uma das formas para resolução do problema é a construção de cisternas para armazenamento de água, visto que algumas propriedades já estão se adaptando e armazenando água”, declara.
O secretário disse, ainda, que é preciso que os produtores também se organizem e busquem soluções. “Não adianta aumentar a produção e o número de animais, e continuar sofrendo com a falta de água, é preciso se preocupar com um todo”, acrescenta.
Sobre as cisternas a serem repassadas através do Governo Estadual, o secretário informou que ainda não há uma previsão de recebimento das mesmas para o município.
Nesta segunda-feira, dia 10, pela manhã, a prefeitura municipal, Epagri e Defesa Civil estarão se reunindo para fazer um levantamento sobre a estimativa da produção na agricultura local. O secretário informa, ainda, que eles vão analisar a possibilidade de decretar estado de emergência. Nesta reunião também serão discutidos os seguros para amenizar a perda dos agricultores.
Fonte: Folha do Oeste