Criado para incentivar a adoção de técnicas agrícolas conservacionistas, o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) está perdendo força entre os agricultores brasileiros. Faltando poucos dias para encerrar o atual Plano Safra, R$ 1,7 bilhão, menos da metade dos R$ 4 bilhões disponíveis, foi tomado pelos produtores.
O valor representa redução de 17% frente aos R$ 2,3 bilhões liberados no mesmo período do ciclo 2012/13 (julho/março). Desde a estreia na safra 2010/11, o ABC não chegou a empolgar o setor. De acordo com as entidades do setor, a dificuldade de incorporação ao agronegócio nacional é reflexo da burocracia para preparar o projeto, que passa por laudos técnicos, licenças ambientais e exigências dos agentes financeiros.
“O projeto do ABC traz mais obrigações e exige acompanhamento constante. Muito complicado, tanto na hora de fazer como executar. Isso pode estar afastando o tomador do crédito”, aponta Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). O próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconhece as dificuldades para obtenção de crédito via ABC. Mas afirma que o processo está melhorando.
“Estamos interagindo com os agentes financeiros e buscando solucionar os entraves para tornar mais rápida a análise”, afirma Caio Rocha, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa.
Fonte: MAPA