Santa Catarina está prestes a vender suínos vivos para a Argentina. O Estado já é líder nacional nas vendas de carne de porco congelada, com 86 mil toneladas exportadas só no primeiro semestre, o equivalente a U$$ 280 milhões, mas não tem tradição nos negócios com animais vivos.
De acordo com o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Márcio Pinto Ferreira, não há registro de exportação de animais vivos pelo menos nos últimos dez anos.
Quatro técnicos do Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária da Argentina (Senasa) estão no Brasil desde segunda-feira para fazer uma auditoria no sistema de controle sanitário do Ministério da Agricultura (MAPA) e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). Na segunda-feira eles estiveram em Brasília, no Ministério e, na terça-feira, visitaram a superintendência do Mapa em Santa Catarina. Ontem visitaram os escritórios da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) em Videira e Rio das Antas, o posto fiscal de Água Doce e a granja de suínos Novo São Paulo, em Rio das Antas.
– É uma propriedade com um plantel de 15,8 mil suínos, que vende reprodutores para criadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – informou o veterinário responsável pelo escritório de Rio das Antas, Ronaldo Domingos Loss.
Reunião será realizada na
Cidasc, em Florianópolis
Loss informou que os técnicos argentinos pediram informações sobre o controle sanitário e que, aparentemente, ficaram satisfeitos com as respostas. Hoje haverá uma reunião na sede da CIDASC, em Florianópolis, antes do retorno à Argentina. Um relatório irá liberar ou não a exportação.
Márcio Pinto Ferreira disse que os argentinos têm interesse em reprodutores da granja catarinense porque o Estado é o único com certificado de zona livre de aftosa sem vacinação. Somente o Chile e a região da Patagônia, na Argentina, têm o mesmo status, segundo Ferreira. Por isso os suínos catarinenses seriam levados para a Patagônia para reprodução e multiplicação.
Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio De Lorenzi, a procura por suínos vivos de Santa Catarina comprova a qualidade da carne e do material genético catarinense.
– O Brasil sempre foi importador de material genético, mas a venda para Argentina pode divulgar o Estado como referência – destacou Losivânio.
Ele acredita que graças ao trabalho de melhoramento genético o Estado pode também se tornar um exportador de reprodutores.
Além da possibilidade de venda de suínos vivos Santa Catarina também está iniciando a exportação de bovinos. Na próxima semana serão embarcados 103 vacas da raça Jersey para a Bolívia. Santa Catarina é um dos Estados onde houve maior crescimento da produção leiteira nos últimos 15 anos.
Fonte: Diário Catarinense – Darci Debona