O Portal Agrolink entrevistou com exclusividade José O. Menten, diretor financeiro do CCAS (Conselho Científico Para Agricultura Sustentável) e professor associado da ESALQ/USP. O especialista ministra nesta sexta-feira (07.08) a palestra “Controle químico da ferrugem alaranjada na cana-de-açúcar” em encontro promovido pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em Ribeirão Preto/SP. Confira:
José O. Menten – O uso de defensivos agrícolas é muito pequeno para o manejo de doenças em cana-de-açúcar. Não existe tradição de seu uso, diferentemente das demais grandes culturas. Até recentemente só eram utilizados fungicidas para manejo da podridão abacaxi e nematicidas, para manejo de nematoides, em condições de muita favorabilidade a estas doenças.
Agrolink – Como é feito usualmente hoje o controle da ferrugem alaranjada?
José O. Menten – Como para as demais doenças da cana, a principal medida de controle da ferrugem alaranjada é através de variedades resistentes. Entretanto, existem variedades que, apesar de permitirem o desenvolvimento da doença, apresentam muitas características positivas, como a produtividade mesmo em condições de estresse. Nestes casos, pode-se continuar cultivando estes materiais e, se as condições ambientais forem favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem alaranjada, pode-se utilizar fungicidas eficientes, seguindo o preconizado pelo manejo integrado de doenças.
Agrolink – Existem muitos produtos registrados?
José O. Menten – Atualmente, existem cinco fungicidas comerciais registrados para controle da ferrugem alaranjada, todos tendo como ingredientes ativos a mistura de uma estrobilurina e um triazol. As empresas que disponibilizam fungicidas para o manejo da ferrugem alaranjada da cana no Brasil são Alta/FMC (Evos), Basf (Opera), Bayer (Nativo), DuPont (Approach) e Syngenta (Prori Xtra).
Agrolink – Quais seriam as alternativas?
José O. Menten – Outros produtos estão sendo avaliados, envolvendo outros grupos químicos, como as carboxamidas. O desafio é definir em situações/condições o controle químico deva ser utilizado e seu posicionamento correto, para que reduza a quantidade de doença e aumente a produtividade, trazendo maior lucro para o agricultor.