Foto: Avisite

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A respeito da vigilância para Salmonella em reprodutoras, as Instruções Norativas do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) nº 44/2001 e 78/2003 determinam os procedimentos a serem realizados para a certificação de estabelecimentos avícolas de reprodução, dentre eles, o envio de amostras de soro e suabes de cada núcleo para laboratórios credenciados.

A partir de outubro de 2012, a CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), órgão responsável pela execução da defesa sanitária animal no Estado de SC, recebeu notificações de ocorrência de Salmonella Gallinarum em reprodutoras, cuja positividade foi encontrada durante monitorias internar das empresas e em postura comercial.
Ações adicionais para prevenção e controle deste patógeno foram definidas no CESAVI (Comitê Estadual de Sanidade Avícola), que é composto pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca, MAPA, CIDASC, Embrapa Suínos e Aves, UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), FAESC (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina), e SINDICARNE (Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina).

Entre as ações, decidimos por:

1 – Intensificar o monitoramento nos estabelecimentos avícolas, previsto pelo PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola), incluindo, pelo menos, um acompanhamento oficial para cada núcleo de reprodução, cujas aves estejam com idade entre 30 e 50 semanas; colheita de amostras previstas na legislação e de órgãos (fígado e baço); e posteriormente encaminhamento ao CEDISA (Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal);

2 – Fiscalização no entorno dos focos de Salmonella Gallinarum, incluindo estabelecimentos de postura comercial e subsistência, em um raio de 1 km, com investigação epidemiológica e colheita de amostras.
Além das ações descritas acima, definimos os procedimentos após a notificação de positividade da empresa na monitoria interna: atendimento ao lote pela CIDASC para verificara ausência de sinais nervosos e respiratórios;colheita de amostras de fígado e baço e envio ao CEDISA para pesquisa de Salmonella spp.; interdição da propriedade; cancelamento do certificado sanitário, se for o caso; declaração da empresa da positividade na monitoria interna; e liberação para abate/sacrifício em estabelecimento com SIF ou SISBI ou na propriedade.
Sabemos que todos os casos de Salmonella Gallinarum no estado foram devido à falhas nos procedimentos de biosseguridade. Mas a questão não é tão simples assim, orientação aos produtores, restrição de entrada de pessoas nas granjas, banho, troca de roupas e sapatos, tratamento de cama de aviário, controle de insetos e roedores são algumas das medidas fundamentais para a prevenção de várias doenças.

Tivemos quase 90% dos casos de Salmonella Gallinarum notificados à CIDASC, um percentual importante visto que na confirmação dos positivos conseguimos isolar o agente apenas nas amostras de órgãos.
O sacrifício sanitário de lotes positivos tem sido uma das dificuldades encontradas pelo Serviço Veterinário Oficial, pois em alguns casos, cumprindo a Resolução do CFMV nº 1000/2012, a única opção era o deslocamento cervical as aves realizado na propriedade.
A relação entre serviço oficial, setor produtivo e laboratório deve ser ágil, responsável e transparente, pois assim conseguiremos ter ações rápidas e minimizar prejuízos ao setor.

Fonte: Revista do Avisite