Foto: Jamil Correia da Silva Junior

Foto: Jamil Correia da Silva Junior

“O mundo está de olho em nós”. Essa frase do presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, resumiu bem os resultados sobre a produção avícola apresentados na manhã desta quarta-feira (09/12), em São Paulo. Mesmo diante de um cenário econômico e político instável, o país encerra 2015 com a produção de 13,136 milhões de toneladas de carne de frango –  acima da produção chinesa, estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 13,09 milhões toneladas; assim ofertando ao Brasil o segundo lugar no ranking de maior produtor mundial, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Em alta, consumo per capita deverá crescer 1,05%, atingindo 43 quilos per capita no ano.
Para 2016, o setor prevê um crescimento de 3% a 5% na produção.  “Isto, diante da possibilidade de abertura de novos mercados para o frango brasileiro, além do impacto natural gerado pelo crescimento vegetativo da população e a esperada reversão da situação econômica do Brasil”, destatou Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.

“Avaliamos o ano, num todo, como positivo – um pouco de pressão de custos no final, mas de maneira geral foi um bom ano e esperamos repetir isso em 2016. No próximo ano teremos mais dificuldades, mas fará com que o nosso produtor tenha mais planejamento. Temos no mercado externo expectativa de crescimento com abertura de novos mercados e mercados que habilitaram novas plantas, como China e México. A atividade passou um ano bem positivo porque tiveram equilíbrio e cuidando acima de tudo sanidade”, esclareceu Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.

Exportações

Neste ano, as exportações brasileiras de carne de frango deverão alcançar 4,260 milhões de toneladas, volume 4% superior ao obtido em 2014, com 4,1 milhões de toneladas. Em receita, o saldo previsto em Reais é de R$ 23,7 bilhões, uma elevação de 25% na comparação com o ano anterior.  Já em Dólares, é esperada uma retração de 11%, totalizando US$ 7,1 bilhões.

Em novembro, as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre frango inteiro, cortes, salgados, processados e embutidos) atingiram 389,1 mil toneladas em novembro, número 15,2% superior em relação ao mesmo mês do ano passado.  O saldo é o terceiro maior desempenho já registrado na história dos embarques mensais de carne de frango do Brasil. Na receita em reais, houve elevação de 33,8%, com R$ 2,297 bilhões. No saldo em dólares, houve retração de 9,7%, chegando a US$ 608,3 milhões.

Com este desempenho, as exportações brasileiras de carne de frango incrementaram a alta acumulada do ano (janeiro-novembro) para 4,1%, totalizando 3,9 milhões de toneladas embarcadas. O saldo também é positivo na receita em reais, com 25,4% de crescimento na comparação com os onze primeiros meses de 2014, chegando a R$ 21,617 bilhões.  Já resultado cambial é 11,4% menor, com US$ 6,569 bilhões.

Novos mercados

“Neste ano, além da abertura dos mercados da Malásia e Myamnar, o setor avícola foi favorecido pela habilitação de mais duas plantas para a China (totalizando 30 plantas habilitadas), além de 16 novas unidades exportadoras para o México, que agora conta com 20 plantas habilitadas”, indica Turra.

O setor prevê para 2016 um crescimento entre 3% e 5% na produção e na exportação. com abertura dos mercados de Taiwan e República Dominicana, além da habilitação de novas plantas para embarcar carne de frango do Brasil para a China, assim como também à Austrália, Nova Zelândia e Camboja.

Ovos

A produção brasileira de ovos deverá atingir 39,5 bilhões de unidades de ovos em 2015, número 6,1% superior às 37,2 bilhões de unidades registradas no ano.

Em saldo recorde, o consumo per capita de ovos no Brasil deverá chegar neste ano a 191 unidades, número 4,8% superior ao total de 2014, que foi de 182 unidades.

Para o próximo ano, o setor produtor de ovos prevê crescimento de até 2% na produção total.
As exportações brasileiras de ovos (in natura e processado) devem totalizar neste ano 20,7 mil toneladas, saldo 70% superior ao alcançado em 2014 – com 12,2 mil toneladas.  Com isto, o setor deverá obter receita em reais de R$ 90 milhões (+120%), e em dólares, de US$ 26 milhões (+54%).

Neste ano, o setor conquistou um novo mercado: o Japão, um dos mais exigentes do mundo.
Para 2016, os exportadores de ovos preveem níveis equivalentes aos embarcados neste ano.  A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos deverão manter o fluxo de negócios do segmento.

 

Fonte: Avicultura Industrial