José Mario Schreiner, Vice-Pres Diretor da CNA; João Martins, Presidente da CNA; e José Rodrigues P. Dória, do MI. (Foto: CNA)

José Mario Schreiner, Vice-Pres Diretor da CNA; João Martins, Presidente da CNA; e José Rodrigues P. Dória, do MI. (Foto: CNA)

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu a revisão da Política Nacional de Irrigação, sancionada há dois anos pela presidente Dilma Rousseff para tentar alavancar a atividade irrigada no país. Em encontro, nesta quarta-feira (13/01), com o secretário nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, José Rodrigues Pinheiro Dória, ele propôs uma parceria com o Governo Federal e os Estados para discutir um novo modelo de irrigação que contemple principalmente os pequenos e os médios produtores rurais.

“Precisamos estimular mais os estados a participar desta política e explorar mais o nosso potencial irrigável. Mas não adianta mostrar apenas o tipo de irrigação que devemos fazer em determinada região, se é por inundação ou por gotejamento. Precisamos de financiamentos porque são projetos caros e os irrigantes são, na sua maioria, pequenos produtores”, justificou João Martins. O Brasil utiliza aproximadamente 20% da área de que dispõe para irrigação, o equivalente a seis milhões de hectares de um total de 30 milhões. Desta forma, uma das propostas é iniciar uma agenda técnica de trabalho para identificar os gargalos e potencialidades.

João Martins também falou sobre a necessidade de promover assistência técnica aos produtores rurais para identificar e acompanhar a aplicação dos métodos mais adequados de irrigação nas propriedades com o objetivo de garantir rentabilidade ao agricultor. “Não adianta fazer nada se não levarmos a assistência técnica para o campo. Também não podemos orientar o produtor a irrigar se a irrigação não for economicamente viável. Precisamos investir naquilo que dá retorno”, afirmou o presidente da CNA. “Os benefícios da irrigação são inegáveis. Por isso, precisamos de um debate amplo, ouvir todos, de acordo com as diversidades e as peculiaridades de cada região”, completou o vice-presidente da entidade, José Mário Schreiner.

O representante do ministério apoiou a proposta da CNA e concordou com a necessidade de maior participação dos governos estaduais na Política Nacional de Irrigação. Ele informou, ainda, que o órgão busca uma parceria com o Banco Mundial para fomentar projetos de irrigação. Ainda sobre o tema, defendeu o uso racional da água e rechaçou as afirmações de que a agricultura seja a “vilã” da má utilização dos recursos hídricos. “Em um primeiro momento, vamos ouvir o que o setor tem a dizer sobre a irrigação e as contribuições da CNA serão fundamentais para uma agenda de trabalho sobre o tema”, disse o secretário.

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