Imagem Ilustrativa

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A agricultura familiar brasileira tem um papel fundamental no abastecimento interno do país. Estima-se que aproximadamente 70% do que é consumido pela nação vêm diretamente desses estabelecimentos agropecuários. No entanto, a produção também alcança mercados internacionais. Em 2015, os empreendimentos ligados à agricultura familiar exportaram para 55 países, localizados em todos os continentes do mundo.

O chefe substituto da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (AIPC/MDA), Leonardo Recupero, explica que as exportações podem ser feitas de forma direta, pela própria cooperativa; e de forma indireta, por meio de parcerias comerciais.

“Estudos apontam que aproximadamente 25% das exportações brasileiras do setor agropecuário têm alguma ligação com a agricultura familiar, somando as possibilidades de comercialização direta e indireta”, comenta. Entre os produtos vendidos ao exterior estão café, mel, arroz, castanhas e sucos.

Do interior da Bahia

Quem viu outros países se renderem ao sabor do Brasil não esconde o orgulho. Benedita Varjão Barbosa, uma das representantes da Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá na Bahia (Coopercuc), conta o sucesso que os frutos da Caatinga fizeram no exterior.

“Vivemos, por muito tempo, ouvindo e mostrando o Nordeste como terra de ninguém, que nada era bom aqui. Hoje, fazemos diferente. Queremos mostrar que o Nordeste é viável, que temos frutos bons. Já vendemos para a Alemanha, a Áustria e a França”.

A Coopercuc, criada em 2004, é formada por mais de 200 cooperados. O grupo produz compotas, doces, geleias e sucos de diversos frutos, como o umbu – nativo da região. “Por causa da exportação e da valorização do nosso trabalho, desse fruto, estamos ampliando ainda mais a nossa produção, agora com a polpa de umbu”, explica.

O segredo do sucesso, afirma Benedita, foi a participação em feiras nacionais e internacionais. “Esses eventos nos deram visibilidade. Foi uma oportunidade para mostrar a nossa cara, o nosso produto, a nossa história”, recorda.

Apoio governamental

A participação nas feiras é um dos suportes do governo federal à comercialização. “O MDA capacita e apoia os empreendimentos familiares para exportarem e exporem seus produtos nesses eventos. No ano passado, 17 estabelecimentos da agricultura familiar participaram de feiras internacionais relevantes na Alemanha (Biofach), no Peru (Expoalimentaria) e na África do Sul (Saitex) e prospectaram, aproximadamente, US$ 30 milhões de dólares em negócios”, ressalta Recupero.

No próximo mês, mais oito grupos produtivos da agricultura familiar participarão da Biofach 2016, considerada a maior feira de orgânicos do mundo, com o apoio do MDA. O evento será realizado em Nuremberg, na Alemanha, nos dias 10 a 13 de fevereiro. O estande de 85m², localizado no Hall 2 #432, junto a outros países, levará a marca da agricultura familiar brasileira.

 

Mais informações: www.mda.gov.br

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