Até o final de 2016 o Curso de Liderança, Gestão e Empreendedorismo atingirá a marca de 1.500 jovens agricultores catarinenses aptos a desenvolver seu próprio negócio, agregar valor à propriedade familiar e conquistar qualidade de vida morando no meio rural.

O curso é oferecido pelo Programa SC Rural gratuitamente (recursos do Governo do Estado e do Banco Mundial), dura dez meses em aulas presenciais durante uma semana por mês, e oferece ao seu final apoio financeiro não reembolsável para os alunos investir em um projeto escolhido e elaborado por eles. Ministrado por técnicos da Epagri, Cidasc, Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes e Secretaria da Agricultura, o conteúdo do curso tem três eixos temáticos: Liderança, empreendedorismo e inclusão digital; Oportunidades econômicas e ambientais voltadas ao emprego e renda em atividades agrícolas e não agrícolas; e gestão de negócios, da propriedade e do ambiente natural.

Lucimar Hof e esposa Janaína, produtores de morangos em Campo Alegre

Confira a seguir o depoimento de dois jovens rurais da região de Canoinhas (Planalto Norte) egressos do curso que acontece em todas as regiões do estado.

“O SC Rural foi uma das fases mais importantes da minha vida. Eu fiz muitos amigos e construí meu sonho de ter meu próprio negócio. Talvez se eu não tivesse feito o curso, não tivesse tido as aulas e o apoio que eu tive, eu não estaria hoje nessa área, sabe? Não teria investido, teria continuado onde eu estava… Mas assim melhorou, em tudo. E hoje eu estou muito, muito feliz! O curso vale à pena, e não é só pelo apoio financeiro que recebi do SC. É porque a tua mente expande, sabe? Você recebe muito conhecimento em todas as áreas, você abre tua cabeça para começar teu próprio negócio, independente da área que for, é muito importante. E tem que enfrentar mesmo, meter a cara, de ponta cabeça!”

“Tinha 24 alunos no curso e todos estão se dando bem”

Lucimar Hof produtor de morangos em Campo Alegre

“Temos 28 vacas em lactação, trabalho eu, meu pai e minha mãe, produzimos 500 litros de leite por dia, vendemos in natura. Eu comecei a produção de queijos há um ano e pouco, desde a greve dos caminhoneiros. Eu tinha entrado para o curso de jovens do SC Rural. Ao voltar da primeira alternância a greve dos caminhoneiros impediu que transportassem nosso leite e meu pai queria jogar fora, mas eu e a mãe não deixamos. Fui buscar coalho e numa noite e uma manhã usamos 700 litros de leite para fazer uns 70 quilos de queijo. Como aqui tem muito turista começamos vender, o pessoal gostou,comprou e diziam para eu continuar. Daí resolvi legalizar para fazer tudo certo, com vigilância, local adequado e tudo mais.

Com os recursos do projeto feito no curso do SC construí a queijaria. Agora tenho um lugar certo para produzir o queijo e estou satisfeita, pois antes eu tinha quatro empregos: Trabalhava com a mãe, tirando leite e trabalhava limpando casas em três chácaras. Agora abandonei as chácaras, continuo trabalhando na propriedade e estou ganhando mais, acho que daqui para frente vou até triplicar o que eu ganhava. Quando fiz o curso eu já tinha feito a faculdade de administração. Minha vida melhorou 100%, eu sempre tive meu sonho de ter meu próprio negócio, e não estar trabalhando para os outros, ter o meu horário, fazer as duas coisas…como eu sempre ajudei a mãe tirar leite sempre tive esse sonho de ter meu próprio negócio.

Os meus colegas de curso também estão satisfeitos com o Curso: Tenho uma amiga de São Bento do Sul que tem uma pousada e está ampliando, para aumentar a demanda; tenho colegas que investiram em olericultura, no morango, na área do leite, em várias atividades, não saiu investimento em uma só área. Tinha 24 alunos no curso e todos estão se dando bem. A gente conversa direto pela internet e todos eles estão fazendo sucesso. A maioria trabalha com leite, mas o único projeto de agroindústria é o meu, aqui na região de Canoinhas. Dos 24 alunos 16 tinham propriedade de leite. Hoje eu uso uns 200 litros de leite por semana para fazer uns vinte quilos de queijo, mas eu não estou divulgando ainda, estou esperando fazer a inspeção, vou fazer cartão, placas, e vender aqui mesmo, o pessoal vem buscar aqui na propriedade”.

Sheila Carneiro, fabricante de queijos na Comunidade de Faxinal, Município de Campo Alegre

“Para mim valeu como se fossem cem mil reais!”

“Fiz um estudo de renda e já tenho um contrato fechado para vender o morango a nove reais ao quilo, para entregar durante o ano inteiro. Temos a meta de chegar aos nove mil pés, já temos seis mil plantas e se der tudo certo queremos chegar a renda bruta de R$ 60 mil no ano. O SC Rural foi fundamental para isso tudo aqui; Essa ajuda que a gente recebeu (R$ 10 mil) foi fundamental, foi uma alavanca. Sem esses recursos teríamos que tirar um financiamento e do tipo que estão os juros ia ficar complicado. Esses dez mil na verdade foram bem dizer dados…dez mil reais hoje não é fácil.  E os conhecimentos que ganhamos no curso valem muito mais que dez mil, com certeza. Para mim valeu como se fossem cem mil reais. O conhecimento adquirido é vasto, vale muito mais, é um conhecimento muito grande e estamos aplicando aqui, com certeza.

“Construímos a estufa após conhecimentos adquiridos em viagens da Epagri, fiz experiência com 200 pés. No plantio no chão produz bem, mas o número de pragas é maior, e trabalhar agachado causa problemas de coluna. Vimos que para se manter na agricultura – a gente não queria ir para fora – a gente queria ficar nesse meio e principalmente ter renda na parte de morango. Veio a idéia do curso do SC Rural e topamos deixar a lida na propriedade para os pais, com muita dificuldade, mas valeu a pena. Hoje, graças a Deus com ensinamentos da Epagri estamos aqui com uma estrutura que é só aumentar e nunca mais voltar para o chão. Quando começamos esse projeto estávamos em dúvida, mas com as viagens e estudando, vendo o dia a dia dos produtores, vimos que era possível. E graças a Deus está dando tudo certinho. Chegamos do curso com todo o gás, começamos a construir e vimos que tinha a possibilidade de aumentar o número de plantas. Na propriedade trabalhamos eu e minha esposa, organizados nós conseguimos dar conta, por enquanto a gente consegue, e ela ainda ajuda o pai dela no trabalho com as vacas de leite”.

Mais informações:

Secretaria Executiva Estadual do SC Rural – (48) 3664 4307
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