
Divulgação: Grupo Cultivar
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A ferrugem asiática da videira é causada pelo fungo Phakopsora euvitis e foi relatada pela primeira vez em 1988, em toda a Ásia oriental. No Brasil, foi identificada no estado do Paraná, seguido de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco.
Para detectar a doença no campo é preciso observar a superfície inferior das folhas, examinando-as cuidadosamente para verificar se há ocorrência de pústulas amareladas que se espalham sob as folhas. Nessas pústulas são formados milhares de urediniosporos. Sobre a folha afetada observa-se clorose, seguida de necrose dos tecidos.
Diagnóstico
A confirmação e o diagnóstico deste fungo são realizados em laboratório, observando-se as pústulas e preparando lâminas para observação dos urediniosporos e teliosporos ao microscópio ótico.
Sintomas
- No início as pústulas são observadas somente na página inferior das folhas;
- Lesões amareladas ou marrons, com formatos e tamanho variados;
- Se o fungo não for controlado, causa a senescência precoce, queda das folhas e consequentemente a produção e qualidade dos frutos;
- No Brasil, tanto as folhas jovens e maduras podem ser infectadas.
Disseminação e epidemiologia
Folhas de videira infectadas são fontes de dispersão dos esporos, principalmente pelo vento. Essa facilidade em disseminar-se resulta em ciclos repetidos de infecção na videira. Pesquisas revelaram que a temperatura ótima para a germinação dos esporos é de 24°C com um mínimo de 8°C e um máximo de 32°C, que, associada à alta umidade, pode dar início às epidemias. Em climas tropicais e subtropicais, o fungo persiste apenas no estado uredinial sem necessidade de um hospedeiro alternativo e podem sobreviver a condições desfavoráveis em gemas dormentes. Nas regiões mais frias, o fungo ocorre preferencialmente no final do ciclo da cultura. O ciclo completo dessa ferrugem ocorre apenas na Ásia, onde existe a planta hospedeira alternativa do fungo, chamada Meliosma myriantha, que não ocorre no Brasil.
Controle da doença
Cultivares como a Itália (V. vinifera), Isabel (Vitis labrusca x V. vinifera) e Niágara são suscetíveis à ferrugem. No entanto, são as mais consumidas, necessitando, portanto, do uso de fungicidas para o controle da doença. Em regiões tropicais, durante a estação seca, deve-se podar a parreira, evitando-se o período de maior precipitação durante a fase de maturação da uva.
Fonte: Grupo Cultivar
Clique aqui para ler o artigo na Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, edição 79.