Assim que o gado sai de uma pastagem e passa para o confinamento, é muito importante que ele passe por um processo de adaptação à nova dieta. Principalmente, porque antes ele comia apenas capim e lambia sal mineral. Agora, no confinamento, o sistema digestivo do ruminante precisará de cerca de 10 a 15 dias para se acostumar com alimentos fermentados (silagem) e alimentos energéticos com baixo teor de fibra (ração). Passado esse período, a flora ruminal estará totalmente pronta para aproveitar esse alimento.
Antes de fechar o confinamento, o pecuarista deve aproveitar oportunidades para adaptar os bovinos de forma mais prática, ou seja, ainda no pasto. Ao fornecer uma quantidade reduzida de ração para o lote, durante pelo menos 1 semana ou 15 dias (de 2 kg a 3 kg), o gado já chegará adaptado à nova dieta, o que acelera o processo de engorda.
Em casos de menor investimento, o produtor pode, por exemplo, fornecer ao bovídeo o chamado sal proteinado (sal agregado ao farelo de milho e à ureia), que também tornará a adaptação menos impactante para o lote de bois.
O importante é que, quanto maior o consumo de suplementos farelados, ainda na pastagem, melhor será o ganho de peso com menores custos, o que poderá reduzir o período de confinamento e consequentemente o custo total.
Bovinos que sofreram maior intensidade de estresse devem passar por um período maior de adaptação, de forma gradativa, podendo levar até 21 dias. Dessa forma, durante os 3 primeiros dias de confinamento, o rebanho bovino deverá receber apenas alimento volumoso, como silagem.
Logo em seguida, o pecuarista deve iniciar o fornecimento de concentrado em aproximadamente 2 kg por animal ao dia, aumentando gradativamente até o consumo da quantidade total de ração.
É comum encontrarmos confinamentos onde o produtor fornece grandes quantidades de alimentos concentrados, já no início do processo, na tentativa de reduzir o período de engorda, o que leva a uma grande incidência de distúrbios metabólicos, como a laminite e acidose, muitas vezes, seguidos da “rejeição de cocho”.
Artigo escrito por Andréa Oliveira.