Música 24 horas por dia, calmantes, abrigo para o frio e a chuva e até um bate papo antes das refeições. Essas são algumas das estratégias que um pecuarista de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, tem usado para melhorar a conversão alimentar de seu rebanho de corte. Armando Corbari e o filho Michel começaram a confinar gado na fazenda há cerca de um ano e meio. Desde o início, apostam em bem estar para garantir que os animais produzam mais carne e aumentem a rentabilidade do negócio. “Não é só dar comida”, assinala o produtor.

Imagem Ilustrativa/ Rosemberg Tartari

Os produtores têm 100 cabeças de gado. Eles compram os animais com peso entre 10 e 12 arrobas, engordam a pasto até o animal atingir 15 arrobas e confinam no cocho até que atinja o peso de abate, entre 18 e 20 arrobas. Para Armando, o segredo para o negócio dar certo é reduzir o tempo de permanência do boi na fazenda, melhorando a relação entre o quando o boi precisa consumir de alimento para transformar em um quilo de carne e diminuindo o consumo desnecessário.

“O negócio hoje em dia é investir em bem estar. Se o boi não está passando nenhum estresse, ele vai ter uma conversão alimentar melhor”, comenta Corbari, que usa técnicas para o rebanho confinado não ficar agitado na presença humana. “Aqui no galpão a gente mantém um rádio ligado 24 horas por dia. Isso é para o animal se acostumar com a presença das pessoas. Quando o tratador vem, o animal já está adaptado. Sem a música e com a chegada do tratador o boi fica agitado. Até seu organismo voltar ao normal demora e ele perde em conversão”, cita.

O tratador também tem papel fundamental na hora de nutrir o rebanho. O tratador conversa com os bois. É uma terapia muito boa”, afirma o produtor do Paraná. Um papo aqui, outro ali, até um afago para deixar o animal sereno na hora de comer.

Aliás, não é só na hora de comer que o produtor aposta suas fichas. De acordo com ele, a boa conversão ocorre com o boi calmo o dia todo. A gente usa produtos homeopáticos, que deixam o animal bem tranquilo. É impressionante. Em dois ou três dias depois do tratamento, o boi que era bravo fica calminho”, comenta. A zootecnista Katia Aline Schmidt cita que a homeopatia é usada em várias frentes, para manter o rebanho calmo e evitar situações de estresse, como monta. “Como aqui na propriedade do seu Armando os bois são inteiros (não castrados), eles vão seguidamente montar, causando estresse. Usamos a homeopatia para evitar que isso aconteça”, comenta.

A estrutura física e o espaço em que os bois ficam descansando também é alvo de investimentos do produtor. “Nós tínhamos um galpão que era usado para a criação de suínos e adaptamos para nosso semi-confinamento. Não é ideal, porque é o telhado é um pouco baixo. Estamos fazendo uma nova estrutura, mais adequada, que protege do frio e da chuva. Também vamos plantar grama em uma área que hoje é terra para o boi ficar mais a vontade. Ninguém gosta de ficar no barro; o boi também não”, ressalta.

Nutrição Balanceada

A nutrição é levada a sério na fazenda. “Quando o animal chega, a gente prepara no pasto para ele ir adaptando o rúmen para a dieta de silagem. A gente complementa a dieta com ração, feno e depois o milho, quando está saindo para o abate”, cita.

A pasto, o produtor faz rodízio de piquetes. Atualmente são 40 animais e dez áreas de pastejo diferentes. De acordo com Armando, no cocho os animais ganham em média 1,5 a 2 quilos por dia, mas o produtor precisa prestar atenção para não deixar o animal tempo demais sem que essa conversão aconteça. “A gente precisa estar sempre de olho em cada animal para saber se ele já alcançou o seu desempenho total. A gente deixa em torno de 90 dias no cocho. Menos que isso, ele perde seu potencial. Porém, passando de cem dias, o animal já não converte mais”, orienta.

A silagem vem da própria fazenda, de 550 hectares, dedicada ainda à produção de grãos e aves – três aviários. São cerca de 10 hectares por ano para a produção da silagem que é ofertada aos animais. “Começamos com a produção de gado de corte para ter mais uma atividade, mas a gente sabe que tem que apostar em bem estar hoje em dia. Temos muitas tecnologias, estudos e ferramentas para conseguir isso. Hoje tudo está girando em torno do bem estar animal”, pontua Armando Corbari.

Fonte: O Presente Rural

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