Uma reunião agendada para essa semana, dia 18, na Bélgica, entre Ministério da Agricultura do brasil e lideranças russas ligadas ao setor debate o embargo russo à carne brasileira. No final de novembro do ano passado, a Rússia anunciou a suspensão da compra de carne suína e bovina do brasil “em razão da presença da substância ractopamina em análises de carne brasileira”. O Embargo foi por tempo indeterminado.

Foto: Julia Jaques

De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina – Sindicarne, Ridarco de Gouvêa, a reunião anesta semana busca apresentar os relatórios brasileiros do não uso da substância citada para derrubar o embargo.

– O Brasil já respondeu à Rússia afirmando que não foi usada a substância. Os relatórios já foram preenchidos e vamos ver como eles vão tratar a questão.

Segundo Gouvêa, a expectativa é que a Rússia, maior compradora de carne supina do Brasil, volte a comprar do país em fevereiro.

Apesar do embargo, conforme o diretor executivo da Sindicarne, o Brasil não teve impacto significativo nas exportações. Isso porque a suspensão da compra foi feita no período em que o Brasil já reduz a cota de exportações para a Rússia

– É o período forte do inverno lá, quando os navios não chegam. Por isso o impacto não foi tão grande – explicou Gouvêa.

Com a retomada do mercado russo e o certificado sanitário da Coréia do Sul, previsto para o primeiro trimestre deste ano, o brasil projeta 5% de aumento nas exportações em 2018.

Reflexos no Estado

A situação tem reflexos em Santa Catarina e no Oeste catarinense, região que responde pelo agronegócio. O Estado fechou 2017 com mais de 1,34 milhão de toneladas de carnes para cerca de 130 países, gerando uma receita que passa de US$ 2,6 bilhões. No último ano, 40,4% da carne suína exportada pelo Brasil teve origem em Santa Catarina.

Maior produtor nacional de suínos e com um status sanitário diferenciado, graças ao trabalho da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola – Cidasc, SC vem ampliando os embarques do produto. Em 2017, foram 276,5 mil toneladas de carne suína vendidas para mais de 50 países – um incremento de 0,8% em relação ao ano anterior. As receitas geradas com as exportações também foram maiores e passaram de US$ 639,2 milhões (15% a mais do que em 2016). Os principais compradores da carne suína catarinense foram a Rússia, China, Hong Kong, Chile e Argentina.

A carne de frango é o carro-chefe das exportações catarinenses – o produto responde por 17,7% de tudo que o Estado exportou em 2017. Ao longo do ano foram embarcadas 971 mil toneladas de carne de aves, uma queda de 2,9% em relação a 2016. Mesmo com quantidade menor, SC ampliou as receitas em 6,4%.

Fonte: DC Catarinense.

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