A queda na colheita do milho preocupa o agronegócio catarinense. O grão é usado para alimentação de animais. Para tentar melhorar essa situação, deve ser feita em 30 dias uma experiência de rota de importação do milho do Paraguai, como mostrou o NSC Notícias deste sábado (24).
A colheita do milho terminou na propriedade de Mário Fries, em Chapecó, Oeste catarinense. A produção caiu 27%: de 214 sacas por hectare no ano passado, este ano foram colhidas 156. “Houve uma incidência muito grande de lagarta. A germinação também deixou a desejar um pouco”, disse ele.
Agora, o produtor vai precisar comprar, no mínimo, 2 mil sacas do grão para manter a alimentação dos animais na granja. Aumento no custo que não tava nos planos.
Preocupação com indústria da carne
O estado catarinense é um dos maiores exportadores de carne suína e de aves do país. O setor representa 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
A Federação da Agricultura e Pecuária (Faesc) teme que essas indústrias deixem o estado. Isso porque para alimentar as criações em Santa Catarina, o milho precisa vir do Mato Grosso. Isso encarece a produção e o preço da carne produzida fica menos competitivo.
“Já vimos indústrias fechando porque ali não se produz milho, soja e o custo de buscar mais longe vai onerando essa indústria. Preocupa nós que somos lideranças do meio rural porque produzir em outros estados é muito mais econômico”, afirmou o presidente da Faesc, José Zeferino Pedroso.
Rota do milho
Em 2016, uma alternativa foi proposta. A rota do milho traria o grão do Paraguai até o Oeste do estado. O trajeto é menor do que é feito hoje em dia.
“O Paraguai encurta em até 1,5 mil quilômetro o frete”, disse o presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri.
A nova rota está prestes a ser inaugurada. Todas as licenças e autorizações dos governos envolvidos já foram emitidas.
“As tratativas já foram feitas com o Paraguai e a Argentina. Não tenho dúvida que é uma alternativa para resolver o problema interno”, completou o presidente da Cidasc.
Caminho do Paraguai
Para chegar a Santa Catarina, o milho colhido no país vizinho seria levado até um porto na cidade de Mayor Otaño, no Paraguai, e atravessaria por balsas para o outro lado do Rio Paraná, em Eldorado, na Argentina. De lá, continuaria a viagem por rodovias até chegar ao porto seco de Dionísio Cerqueira, no Oeste de Santa Catarina. Da aduana até Chapecó, seriam mais 195 quilômetros de viagem.
Fonte: G1