Foto: Departamento Regional de Tubarão

Profissionais da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc do Departamento Regional de Tubarão, estiveram na última terça-feira, dia 23 de abril, no município de Pedras Grandes para a realização de vistorias em minas desativadas na região que abrigam morcegos hematófagos. Estes ambientes são propícios para protegê-los contra predadores e adversidades climáticas, além de propiciar locais para acasalamento, criação de filhotes e digestão alimentar. Por isso, os abrigos têm grande influência sobre as taxas de natalidade e mortalidade dos morcegos, e podem ser um fator decisivo para a sobrevivência ou a extinção de uma espécie. Normalmente, os ambientes de cavernas também oferecem condições físicas ideais (de temperatura e umidade) para a ocupação por morcegos hematófagos.

O veterinário Carlos Miguel Cavichioli e os auxiliares Júlio Fortes Mattos e Gerson Barbosa participaram da ação de captura dos morcegos para a manutenção do controle populacional. Pedras Grandes é um município localizado no Vale de Tubarão, sul de Santa Catarina, e teve casos confirmados de Raiva nos últimos anos, assim como também em outras cidades da região.

Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina

O Programa de Controle da Raiva em Herbívoros – PCRH em Santa Catarina tem como objetivo atingir a excelência no controle da raiva, protegendo os rebanhos suscetíveis à doença, mediante vacinação, controle dos transmissores (morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus) e do trânsito de animais, desenvolvendo um sistema eficaz de vigilância epidemiológica e estimulando a participação comunitária na defesa sanitária animal, diminuindo riscos à produção pecuária e preservando a saúde pública.

Ao longo deste ano, a Cidasc, através do PCRH, realizou 80 atendimentos a notificações de suspeita de síndrome nervosa, onde 33 desses atendimentos foram diagnosticados como raiva. O programa está apoiado em quatro pilares: educação sanitária, vigilância epidemiológica, cadastro e monitoramento sistemático de abrigos de Desmodus rotundus (morcego vampiro) e manejo populacional do Desmodus rotundus (principal vetor de transmissão da raiva dos herbívoros).

De acordo com o coordenador do programa e médico veterinário, Fábio de Carvalho Ferreira, o produtor é peça chave para o bom andamento do programa, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc. Além dele ter a responsabilidade de vacinar seu rebanho contra a raiva, ação realmente efetiva para o controle da doença.

A Cidasc, com o trabalho dos médicos veterinários, promove ações educativas sanitárias e de vigilância na área de foco da doença, como explica Fábio “Estimulamos a vacinação e também a identificação dos animais doentes com sintomas compatíveis com a raiva dos herbívoros, que quando vierem a óbito terão material colhido para diagnóstico da doença. Além disso, monitoramos os abrigos cadastrados na área de foco para fazer o controle populacional do vetor da doença, o morcego hematófago Desmodus rotundus”

Para manter a sanidade do rebanho de aproximadamente 4.600.000 cabeças, o Programa desenvolve um conjunto de ações, a mais importante é a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial – SVO, pois

ela sensibiliza o produtor rural quanto ao seu papel fundamental para o controle da raiva dos herbívoros em Santa Catarina: através da comunicação à Cidasc do surgimento de animais doentes e da vacinação de seu rebanho de forma sistemática.

Para informar casos de suspeita de Raiva, o número de telefone para denúncias à Cidasc é 0800-643 9300.

ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.

 

Morcegos

Os morcegos são transmissores da raiva, portanto jamais coloquem a mão em um morcego mesmo que ele esteja imóvel e aparentemente morto. Ele pode estar doente e, ao ser tocado, morder, pois é assim que ele se defende. O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o responsável pela transmissão da doença para os herbívoros.

O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as demais espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial – SVO, podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo”.

Raiva

A raiva é uma doença fatal que acomete todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. A doença, que é transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres ataca o Sistema Nervoso Central (cérebro), causando mudança de comportamento, paralisia e por vezes agressividade.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva. Por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Cães, gatos e animais silvestres transmitem a doença pela mordida.

Em caso de acidente com um desses animais procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido e exija o tratamento adequado.

 

Fonte: Departamento Regional de Tubarão

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