O médico veterinário da Cidasc – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, cedeu entrevista à Acaert – Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão, para falar sobre a Raiva – que é uma doença fatal que acomete os mamíferos – e alertar sobre a obrigatoriedade da vacinação em todos os bovinos, suínos e equinos no meio rural de Tijucas, Canelinha, Biguaçu, São João Batista e Governador Celso Ramos. Também ressaltou que os produtores rurais devem comprovar a vacinação apresentando a nota fiscal de compra na Cidasc.
Ouça a entrevista na íntegra clicando aqui.
Raiva humana
A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida (há apenas três casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.
O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.
Morcegos
Os morcegos hematófagos são os principais hospedeiros do vírus da raiva por via aérea na América do Sul, portanto, mantenha sempre distância de morcegos mesmo que estejam imóveis e aparentemente mortos. O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o maior responsável pela transmissão da doença entre herbívoros.
O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as demais espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial – SVO, devem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo”.
Em caso de acidente com um desses animais procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido e exija o tratamento adequado.
Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.
ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.
Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina
O PCRH em Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população de transmissores (morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus); a vacinação dos herbívoros domésticos em situações específicas; a vigilância epidemiológica; o monitoramento sistemático e cadastramento de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial – SVO. Para conferir a página do programa, acesse o link.
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