Um equino (cavalo) morreu na localidade de Jordão Alto, em Siderópolis. De acordo com o Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, o animal apresentou sintomas de raiva e marcas de morcego, porém, só é possível a confirmação da doença após o óbito, coletagem e análise do material, que segundo o Cidasc, sairá daqui aproximadamente 15 dias.
O Cidasc está orientando produtores rurais na região que façam a imunização dos animais contra a raiva. Outros cavalos já apareceram com marcas de morcego e sintomas de raiva na localidade de Jordão Alto.
“A cada três a cinco anos há casos de surtos de raiva de herbívoros (doença transmitida pelo morcego aos animais) na região. É importante vacinar o animal, porque vai impedir que a doença continue o ciclo e ocorra com essa frequência. A orientação é sempre vacinar contra a raiva. Não é uma vacina obrigatória, mas recomendamos que vacine. Ocorre que quando recebemos o resultado, aí se torna obrigatório em uma área de 12 quilômetros da área do foco”, disse a médica veterinária do Cidasc, Carla Zoche.
Saiba como se prevenir da Raiva
A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida (há apenas três casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.
O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.
Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.
Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina
Ao longo deste ano, a Cidasc realizou 87 atendimentos a notificações de suspeita de síndrome nervosa, onde 42 desses atendimentos foram diagnosticados como raiva. O programa está apoiado em quatro pilares:
- Educação Sanitária;
- Vacinação do rebanho;
- Vigilância Epidemiológica;
- Monitoramento de abrigo e manejo populacional do Desmodus rotundu (principal vetor de transmissão da raiva dos herbívoros).
O produtor é peça chave para o bom andamento do programa, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc. Além dele ter a responsabilidade de vacinar seu rebanho contra a raiva, ação realmente efetiva para o controle da doença.
A Cidasc estimula a vacinação e também a identificação dos animais doentes com sintomas compatíveis com a raiva dos herbívoros, que quando vierem a óbito terão material colhido para diagnóstico da doença. Além disso, monitoramos os abrigos cadastrados na área de foco para fazer o controle populacional do vetor da doença, o morcego hematófago Desmodus rotundus.
Para manter a sanidade do rebanho catarinense, o Programa desenvolve um conjunto de ações, a mais importante é a vacinação dos rebanhos de forma sistemática, e, também, a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial, pois ela sensibiliza o produtor rural quanto ao seu papel fundamental para o controle da raiva dos herbívoros em Santa Catarina através da comunicação à Cidasc do surgimento de animais doentes.
Fonte: Siderópolis Noticias
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