A Presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, Luciane de Cássia Surdi participou da reunião para a implementação de um projeto para o controle populacional de javalis na cidade de Chapecó. O encontro, que ocorreu no último sábado, dia 14, contou com a presença de diversas entidades e debateu as melhores maneiras para proteger as propriedades rurais.
Foram apresentadas medidas de contenção e proteção contra esses animais, uma delas foi a instalação de cercas própria para manter os javalis longes das granjas. Essas cercas, possuem 1,8 m de altura, devem possuir, a cada 40 cm, um fio de sustentação de 5 mm. No topo, deve ser colocados 4 fios de arames farpados, também é importante ressaltar que se deve enterrar parte da mureta da cerca, para evitar que os animais cavem e passem por baixo da cerca.
Outra medida discutida é o abate desses animais, para isso, o produtor deve acessar o site do IBAMA e seguir as orientações recomendadas. O transporte, comercialização e doação desses animais são proibidos pela legislação sanitária e ambiental brasileira.
Javalis no Brasil
O javali é uma espécie de porco selvagem nativo da Europa, Ásia e do norte da África que chegou à América do Sul no inicio do século 20, trazido para Argentina e Uruguai, de onde foi transportado ilegalmente para o Brasil. Hoje, é considerado uma praga para a agricultura, apontado como um dos responsáveis por perdas nas lavouras de milho e de soja no sul do país. Do cruzamento do javali com o porco doméstico, surgiu o javaporco, que também se espalhou pelo país. A agressividade, a facilidade de adaptação e ausência de predadores naturais são as principais causas do aumento das populações dessas espécies.
Fora de seu habitat natural, o javali torna-se uma espécie exótica, causando prejuízos tanto para agropecuária quanto para a biodiversidade. Ele encontra na agricultura o seu alimento, principalmente em regiões de fartura de grãos. Dentre os problemas ambientais causados pela espécie invasora, estão os assoreamentos de pequenos rios, erosão e extinção de algumas espécies de flora.
Peste Suína Clássica
Os javalis são vetores de algumas doenças que são prejudiciais aos rebanhos. Uma delas é a peste suína clássica, uma doença transmitida por um vírus que atinge suínos e javalis. O contágio entre os animais pode ser muito rápido e a doença não tem cura. A transmissão da doença se dá através do contato com a saliva ou secreção de animais doentes ou pelo consumo de ração ou água contaminadas. Em seres humanos, se dá pelo contato com animais doentes e contaminação em caminhões que realizaram o transporte de animais doentes.
Alguns dos sintomas percebidos pelo suinocultor são a diminuição do apetite, febre acima de 40ºC, andar cambaleante, manchas avermelhadas pelo corpo, principalmente atrás das orelhas, entre as pernas e na papada, abortos, mortes de recém nascidos e fetos mumificados e fêmeas com muita repetição de cio.
Prevenção
Para prevenir a Peste Suína Clássica é importante adquirir matrizes e reprodutores apenas com certificação de que o animal não possui nenhuma doença, evitar a entrada de pessoas estranhas na propriedade, ter cuidado no transporte de animais, sempre utilizando a Guia de Trânsito Animal (GTA) e usando caminhões desinfetados. Além disso, é proibido dar restos de comida aos suínos, pois é uma fonte de contaminação aos animais.
Em caso de sintomas ou dúvidas, contate a Cidasc através dos Escritórios Municipais e Departamentos Regionais ou entre em contato através do serviço gratuito de disque denúncia, utilizando o telefone: 0800 643 9300.
Zona Livre de Peste Suína Clássica
Em 2015 nosso estado obteve a Certificação da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE como Zona Livre de Peste Suína Clássica, conquista que confirma a excelência de Santa Catarina e a importância da Cidasc no que se refere à Defesa Sanitária Agropecuária no Estado.
Para desenvolver suas ações, a Companhia conta hoje com o apoio de dezenove Departamentos Regionais e mais de duzentos e trinta Escritórios Locais, distribuídos por todo o território catarinense, possibilitando um maior contato entre a Cidasc e o produtor e permitindo um melhor reconhecimento das demandas específicas de cada região.
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