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A partir deste mês de fevereiro quem visita Santa Catarina já pode perceber nos aeroportos, rodoviárias e estradas federais e estaduais o quanto o agronegócio do Estado é valorizado. Foi neste mês o lançamento da campanha em defesa ao agronegócio catarinense, que foca, principalmente, em conscientizar população e turistas sobre as restrições de alimentos que possam comprometer a agricultura e produção animal do estado.

O agronegócio catarinense é competitivo globalmente, responde por 70% das exportações e por cerca de 31% do PIB estadual. Por conta disso é um setor que gera cada vez mais empregos. Chapecó, por exemplo, ficou em 13º no ranking nacional de empregos, com saldo de 5.005 vagas geradas de janeiro a setembro de 2019. Os dados do Cadastro Geral de Empregado e Desempregados (Caged) apontam que somente a agroindústria gerou saldo de três mil vagas.

Para o gerente executivo do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados (Sindicarne), Jorge de Lima, defender o agronegócio é defender também a economia estadual, por isso a importância desta campanha.

Essa é uma iniciativa de extrema importância para os catarinenses, uma vez que grande parte da arrecadação do estado vem da produção de suínos e aves, sendo esse o maior gerador de empregos de Santa Catarina. A iniciativa privada é e sempre será parceira do setor público nessas ações -, explica.

A campanha é uma realização do Icasa, Fecoagro, Acav e Sindicarne com apoio da Cidasc, Epagri e governos estadual e federal. Diversas ações estão nos principais aeroportos, rodoviárias, portos e pedágios, além do reforço na fiscalização nas fronteiras do estado. Toda a comunicação da campanha também foi traduzida para o Inglês e Espanhol.

Todo o cuidado é pouco

O controle da entrada de alimentos, sementes e mudas não é por acaso. Foi justamente a entrada de alimentos contaminados que trouxe a peste suína africana para o Brasil em 1979. A diretora de Defesa Agropecuária da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Priscila Belleza Maciel, explica que, naquele ano, a doença aterrissou no Rio de Janeiro através das sobras de refeições servidas em aviões as quais foram utilizadas na alimentação de suínos. Esse é um exemplo clássico de como o trânsito de alimentos, mesmo os que passaram por uma cocção, pode trazer doenças e prejudicar o agronegócio.

O Brasil está livre da PSA desde 1984, mas o país segue atento para não repetir os mesmos erros do passado, principalmente após registros de novos surtos da doença em diversas regiões do mundo.

Regras: o que o turista não pode trazer

Carnes, pescados, leite e seus subprodutos devem estar devidamente acondicionado em embalagem original de fabricação, lacrados e com o selo do Serviço de Inspeção Oficial.

O ingresso de suínos e seus produtos é permitido, mas com restrições. Os animais oriundos de Alagoas, Amapá, parte do Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima não podem entrar no estado. Esses locais ainda não foram considerados pelo MAPA como livres de peste suína clássica, doença erradicada em Santa Catarina.

A entrada de alimentos de origem animal in natura, como miúdos bovinos, é expressamente proibida, assim como o mel originário de outros países.

Alimentos de origem vegetal, sementes e mudas também podem transportar parasitas e pragas. Dependendo da origem do turista e dos alimentos que ele trouxe consigo, é necessário apresentar a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), atestando a condição fitossanitária dos produtos. As sementes e mudas devem estar embaladas e etiquetadas com informações sobre o produtor. O turista ainda deve apresentar nota fiscal desses produtos.

Caso encontradas irregularidades, os produtos serão apreendidos e incinerados. Isso evita a contaminação dos rebanhos e lavouras. O turista portador desses produtos também está sujeito a penalidades.

Quem chegar ao estado vindo da Ásia, África e Europa deve passar por uma inspeção ainda mais minuciosa. Os três continentes passam por um surto de peste suína africana.

Regras no transporte de animais

O transporte de animais para Santa Catarina também deve seguir alguns critérios. Para cães e gatos, por exemplo, é necessário apresentar o atestado de saúde emitido por um médico veterinário. No caso de viagem internacional será requerido documento oficial do país de origem.

Arte: Ascom/Cidasc

Todos os outros animais precisam estar acompanhados de Guia de Trânsito Animal (GTA), exames obrigatórios e demais exigências sanitárias, conforme a espécie. Os únicos animais cuja entrada é proibida em Santa Catarina são bovinos e bubalinos.

Status sanitário de excelência e valorização dos produtos regionais

Santa Catarina é o único estado brasileiro reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como livre de febre aftosa sem vacinação e também livre de peste suína clássica. As lavouras catarinenses são livres ainda de Cydia Pomonella, inseto que ataca árvores frutíferas, como a macieira.

O comprometimento do estado com a sanidade animal eleva a qualidade de seus produtos. Isso garante ao estado abertura de mercados e uma crescente demanda por sua produção agrícola e pecuária. Por isso, a recomendação da campanha, além de conscientizar sobre as restrições na entrada de alimentos e plantas, é promover ao turista as produtos regionais, produzidos na mais alta qualidade e obedecendo os mais exigentes critérios.

Fonte: Governo do Estado de Santa Catarina

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