Arte: Ascom / Cidasc

O consumo de azeite de Oliva tem aumentado no Brasil, em 2019 foram importadas 76 mil toneladas do produto, um crescimento de quase 30% em relação aos outros anos. Apesar do país produzir azeite nas regiões sul e sudeste, a produção ainda é insuficiente, sendo 99% do produto importado da Europa, e outras regiões, como Argentina e Chile. Portugal é o maior exportador de azeites para o Brasil, os produtos portugueses chegam a 60% do volume total.

Até o ano de 2019, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, através da Divisão de Classificação (DICLA), esteve a frente na prestação de serviços junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento  – Mapa na classificação de muitos produtos, incluindo o azeite de oliva. O Mapa, através da Instrução Normativa Nº 01/2012, estabelece o regulamento técnico do Azeite de Oliva e do Óleo de Bagaço de Oliva, onde define o padrão nacional oficial.

De acordo com o classificador de produtos de origem vegetal da Departamento Regional de Itajaí Felipe de Oliveira, os azeites de oliva são classificados conforme a qualidade do produto, sendo divididos em três grupos: Azeite de Oliva Virgem, Azeite de Oliva (não virgem) e Azeite de Oliva Refinado. Além dos grupos, os azeites são classificados em tipos, sendo eles: Tipo Extravirgem, que possuem acidez abaixo 0,8%, Tipo Virgem, que possuem Acidez abaixo de 2,0% e o Lampante, sendo esse refinado para a obtenção do Azeite de Oliva(não virgem), que corresponde a uma mistura de azeite refinado + azeite do tipo virgem.

“Encontraremos nos mercados os seguintes azeites: Azeites de Oliva Virgem, tipo Extra virgem (até 0,8% de acidez); Azeite de Oliva Virgem, tipo Virgem (até 2,0% de acidez); Azeite de Oliva, tipo Único (até 1% de acidez); e o Azeite de Oliva, Fora de tipo (até 1% de acidez)”, destaca Felipe.

Somente em itajaí foram emitidos mais de 12 mil certificados de classificação de cerca de 95 mil toneladas de azeite. Segundo pesquisas, o brasileiro consome, em média, 0,4 litro de azeite de Oliva por ano, o que ainda é pouco comparados a união europeia  onde o consumo per capita chega a 8 litros.

Uma boa dica dada por especialistas é ficar atentos ao seguintes orientações para obter um produto de qualidade:

Prefira os Azeites de Oliva virgem, tipo extra virgem, pois ele é o produto de excelência, onde a baixa acidez afirma a qualidade das azeitonas e dos processos de fabricação, além das altas quantidades de vitaminas e ácidos graxos, ideais para a saúde.

Observe a data de fabricação, pois quanto mais fresco o produto, melhor será a experiência em sabor, textura, cor. Os Azeites de oliva ao contrário dos vinhos, devem ser consumidos quanto mais fresco melhor.

Assim como as uvas para os vinhos, existem diferentes tipos de azeitonas para obtenção dos azeites. A degustação é a única forma de descobrir a preferência de cada um.

As embalagens também são importantes na hora da escolha, prefira as de vidro escuro, pois a luz e a temperatura influenciam no produto.

Além do Azeite, existem os Óleos de bagaço de oliva, produto extraído do resíduo das prensagens de azeitonas. Este também pode ser encontrado nas gôndolas de supermercado sendo um excelente produto usado para frituras e preparo de receitas. 

História do Azeite na classificação da Cidasc

Até o final de 2019, a Cidasc desenvolveu um trabalho junto ao Mapa de classificação do azeite, acumulando mais de 14 mil laudos de classificação de Azeite de Oliva, um trabalho importante desenvolvido pelos classificadores da Divisão de Classificação Vegetal – Dicla.

A fraude de azeite é um problema mundial e uma das formas mais eficazes de saber se o produto que se está comprando tem boa qualidade, é experimentando. Em 2018, quase 60% das amostras de azeites fiscalizadas foram reprovadas por adulteração do produto.

As prateleiras de todos os supermercados estão sempre abastecidas de azeites de vários países e com preços variados. Apesar de a maioria deles ser classificada na embalagem como “extra virgem”, isso nem sempre é verdade. Em  2019, o Ministério da Agricultura intensificou a fiscalização e ao analisar e classificar os óleos vegetais, identificou 45 marcas de azeites de oliva fraudados, onde eram misturados óleo impróprios para o consumo.

A classificação tem um papel fundamental para garantir a qualidade dos produtos de origem vegetal. O consumidor também pode fazer a sua parte ao encontrar produtos fora de padrão e denunciar o produto e o seu lote para o supermercado, Procon e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério Público, (direitos do consumidor). Assim estará contribuindo para a seleção de bons azeites no mercado brasileiro.

Fonte: Felipe de Oliveira – Classificador de Produtos de Origem Vegetal – Departamento Regional de Itajaí

Mais informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7000
ascom@cidasc.sc.gov.br
www.cidasc.sc.gov.br
www.facebook.com/cidasc.ascom