Inspeção tem como foco espécie que se alimenta de sangue. A Cidasc registrou casos positivos da doença em vários municípios de Santa Catarina.

Foto: Cristina Perito Cardoso

Equipe de controle da raiva dos herbívoros do Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc de Lages realizam, no dia 01 de julho, a inspeção de possíveis abrigos de morcegos Desmodus rotundus, espécie que se alimenta de sangue, na região da Coxilha Rica, interior de Lages.

A equipe, formada pelos médicos veterinários Bernard Borchardt, Leopoldo Carlos Medeiros Neto e Cristina Perito Cardoso, acompanhados das estagiárias do último semestre de medicina veterinária Mariana dos Santos  e Caroline Nunes da Rosa, inspecionaram, orientados pelos produtores regionais, alguns locais possíveis de funcionarem como abrigo desses morcegos, entre eles a casa de pedras histórica de Belisário Ramos .

A raiva é uma doença fatal que acomete os mamíferos, inclusive seres humanos e é por isso que a Cidasc alerta a população sobre medidas de prevenção e precaução para o combate da doença. A zoonose é transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres, ataca o sistema nervoso central (cérebro), causando mudança de comportamento, paralisia e em alguns casos, agressividade.

Foto: Bernard Borchardt

Muito além do prejuízo econômico pela perda de animais, a raiva é uma doença que acomete todos os mamíferos e passa dos animais para o homem (zoonose). Ela não tem cura, uma vez iniciados os sintomas o animal, ou o ser humano, virá a óbito. Por isso, as ações em prevenção da doença são essenciais.

A médica veterinária Cristina Perito Cardoso esclarece que o controle populacional do Desmodus rotundus, só pode ser realizado pelo serviço oficial de defesa agropecuária. “Em Santa Catarina o trabalho compete à Cidasc, é um método que deve ser utilizado apenas por profissional habilitado e imunizado, devido à necessidade de conhecimento para a identificação dos morcegos capturados e ao alto risco de contrair a doença por quem os manipule”, afirma.

Cristina complementa que o produtor é peça chave para o bom andamento do Programa de Controle da Raiva em Herbívoros – PCRH em Santa Catarina, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc.

Durante as inspeções, encontrando colônias de morcegos hematófagos, é feito o controle da população e a orientação dos produtores rurais sobre o controle da doença, o uso da pasta vampiricida nos morcegos capturados, e a orientação dos produtores para vacinação em regiões de risco e a não manipulação dos morcegos. A vacinação do rebanho contra a raiva é a ação mais efetiva para o controle da doença.

Orientações sobre a Raiva

Foto: Bernard Borchardt

O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é responsável pela transmissão da raiva para herbívoros. As espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do serviço veterinário oficial, podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a Raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva;

– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade

– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;

– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas, grutas, ocos de árvore, túneis, bueiros, passagem sob rodovias, cisternas e poços, casas e construções abandonadas.

ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para que seja removido adequadamente.

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