A raiva é uma doença que afeta o sistema nervoso central, transmissível dos animais para humanos, de evolução fatal, pois não tem tratamento. Na área rural, o principal transmissor da raiva para herbívoros é o morcego hematófago, Desmodus rotundus.

Durante uma fiscalização de rotina no município de São Martinho, ao ouvir o relato de suínos e bovinos da propriedade sendo espoliados por morcegos hematófagos, a médica veterinária Angela Zimmermann imediatamente iniciou o procedimento de defesa sanitária para controle da raiva dos herbívoros.

Durante a vistoria da propriedade e dos animais espoliados, a médica veterinária identificou que morcegos hematófagos usavam um galpão para armazenamento de lenha como um abrigo temporário (também chamado de entreposto, na linguagem técnica) que os morcegos usam para descansar e defecar.

Segundo o produtor, ele já havia observado o aparecimento de manchas escuras na lenha, parecido com um óleo queimado, mas não imaginava que poderiam ser fezes de morcegos. Ele ficou impressionado com a informação e a quantidade de fezes que havia no galpão.

A médica veterinária Angela Zimmermann, responsável regional do programa de controle da Raiva da Cidasc no Departamento Regional de Tubarão, explica que a cor preta das fezes, semelhante a “óleo queimado”, é resultado da digestão do sangue ingerido. “A presença desse tipo de fezes em casas, galpões e outras construções, abandonadas ou não, é um forte indício da presença de morcegos hematófagos no local. Por isso é fundamental que os produtores saibam identificar esse tipo de fezes para notificar a Cidasc”, afirma a veterinária. 

A Unidade Veterinária Local da Cidasc em São Martinho realizou uma ação de captura de morcegos hematófagos no dia dez de fevereiro, com apoio de médicos veterinários do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Animal. Este tipo de ação é realizada para evitar novas espoliações e assim prevenir a raiva, doença fatal e sem cura tanto para animais quanto para humanos. 

Duas “redes de neblina” foram armadas dentro do galpão e foram capturados quatro morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus. Nesses animais foi aplicada uma pasta “vampiricida”, que ajuda no controle da população desse potencial vetor da raiva dos herbívoros.

O produtor foi orientado a vacinar os animais da propriedade com a vacina antirrábica e  também a observar os animais e a verificar periodicamente o galpão. Caso identifique sinais da presença do morcego hemófago ou animais espoliados, deve notificar a Cidasc para que nova ação de controle de vetores seja feita.

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