Nesta última sexta-feira, 18, foi realizada uma reunião sobre a doença denominada Huanglongbing (HLB), que é considerada uma das piores pragas que afetam os citros. É causada por uma bactéria, podendo provocar desfolha e morte de ramos da árvore, além de afetar a formação dos frutos.
A reunião foi motivada pelas atualizações na portaria nº 317, de 21 de maio de 2021. Além dos colaboradores da Cidasc, a reunião também contou com a participação de Maria Cristina Canale, colaboradora e pesquisadora em fitopatologia da Epagri Cepaf (Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar), além de outros pesquisadores e extensionistas rurais que atuam na cadeia produtivo do citros.
Segundo Fabiane dos Santos, do Departamento Estadual de Defesa Vegetal (DEDEV) da Cidasc, os participantes puderam alinhar os procedimentos para realização do levantamento fitossanitário previsto na portaria. “A reunião proporcionou a toda a equipe técnica da defesa sanitária vegetal, nivelamento quanto aos sintomas e epidemiologia do HLB do citros, uma praga quarentenária que tem trazido sérios prejuízos a citricultores de outras unidades da federação, mas que é ausente em Santa Catarina”, diz a engenheira agrônoma da Cidasc.
A portaria instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle à doença, determinando medidas para a prevenção e contenção da bactéria que a causa. Dentre elas estão a realização de levantamentos fitossanitários de detecção anualmente nas propriedades citricultoras, com o intuito de detectar a praga e confirmar se a propriedade está livre dela. “O levantamento vai ser feito em 100 propriedades distribuídas pelo estado, com coleta de amostras para diagnóstico fitossanitário em todas essas, com o objetivo de comprovar a ausência do patógeno em território catarinense”, explica Fabiane dos Santos.
A equipe da Cidasc utilizará pela primeira vez o aplicativo Conecta Cidasc em um levantamento fitossanitário. A inovação tecnológica foi considerada um avanço pelos técnicos da Cidasc e da Epagri, pois permite analisar dados com agilidade.
Além disso, fica determinado também que os respectivos órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal deverão realizar cadastramento georreferenciado de todos os imóveis em que exista a produção comercial de citros, viveiros e campos de plantas fornecedoras de material de propagação vegetal de hospedeiros da praga.
Os órgãos também ficarão encarregados da elaboração de um plano de contingência com ações a serem adotadas no caso da ocorrência da praga no estado. O plano deve conter medidas emergenciais de controle do vetor e da bactéria, controle do trânsito de material de propagação vegetal de plantas hospedeiras da bactéria e um cronograma de capacitação da equipe técnica para executar as ações previstas no Plano de Contingência .
Como combater a praga?
A HLB, também conhecida entre os citricultores como greening, é uma doença que até o momento não possui cura ou tratamento para melhora dos sintomas e recuperação da produção. A doença não afeta humanos ou animais, mas causa grandes prejuízos para a citricultura. O greening pode ser transmitido através do inseto vetor Diaphorina citri, o psilídeo cítrico asiático, então é fundamental o seu monitoramento em áreas de risco de introdução da praga, para verificar se ele é portador da bactéria.
As plantas com sintomas suspeitos de HLB, detectadas durante os levantamentos, devem ser identificadas, amostradas e as amostras enviadas ao Laboratório da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários, para análises de diagnóstico fitossanitário. As plantas que testaram positivo devem ser eliminadas imediatamente, devido à rápida disseminação, dificuldade de controle e os grandes danos que a doença causa na produção.
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