Um tom alegre e descontraído marcou a entrega do certificado do SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) para a Queijaria Guinther, realizada nesta quarta-feira em Braço do Norte. A empresa pertence a Maria Rosinete Souza Effting, criadora de gado Jersey que decidiu agregar valor à produção leiteira com a produção de queijos.
Participaram da cerimônia o presidente da Cidasc, Junior Kunz; o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, deputado Altair Silva; a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter; o prefeito de Braço do Norte, Roberto Kuerten Marcelino; e o secretário Municipal de Agricultura, Adir Engel. A Cidasc foi representada também pelo diretor de defesa agropecuária, Diego Torres Severo, pelo gestor do Departamento Regional de Tubarão da Cidasc, Vanderlei Machado, e pela responsável pelo serviço de inspeção estadual na regional, Margarida Seico Akama Yokemura.
O presidente Junior Kunz, lembrou que o sucesso da bovinocultura é resultado do trabalho de defesa agropecuária iniciado décadas antes pela Cidasc, como a vacinação de rebanhos. A companhia segue dedicando-se à sanidade animal e incentiva o produtor a agregar valor à produção e registrar-se nos serviços de inspeção.
O presidente da Cidasc salientou que aderir ao Sistema Brasileiro de Inspeção amplia o potencial de negócios: “Quando falamos de Serviço de Inspeção Estadual (SIE) estamos falando de um universo de 7 milhões de pessoas e no SISBI, de mais de 200 milhões de pessoas”, disse Junior Kunz.
O secretário Altair Silva lembrou que este incentivo para as agroindústrias obterem o registro no SISBI foi um ponto bastante trabalhado pelo presidente Plinio de Castro, falecido no início do ano. “Lembrei do saudoso Plinio, pois quando o convidamos para assumir a presidência da Cidasc uma das metas que foi traçada era ampliar o número de empresas no SISBI, para que SC se abrisse para outros estados”, contou o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca.
Santa Catarina tem 79 agroindústrias no SISBI, número que aumentou cerca de 50% em um ano. O gestor regional Vanderlei Machado comemorou que 21 destes registros são da área de abrangência do Departamento Regional de Tubarão, resultado que ele atribui tanto ao trabalho dos empresários quanto dos responsáveis técnicos e da equipe da Cidasc.
Diferencial que começa na genética
A queijaria Guinther obteve o registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) no final de 2021 e bastou alguns meses para ganhar também o SISBI. O selo com abrangência nacional fazia parte do plano da empresa pelo caráter único de seus produtos.
“Hoje temos uma genética bem evoluída e o nosso leite é um dos melhores porque buscamos isso ao longo de seis anos”, afirma Maria Rosinete Effting. Com o investimento em melhoria genética, o rebanho da propriedade produz um leite com percentual de 85 a 90% de um tipo de proteína que é digerida mais facilmente. O leite A2A2 é portanto uma alternativa para os consumidores que relatam intolerância ao leite e uma oportunidade para o produtor obter melhor remuneração.
“Para um propriedade leiteira como a nossa se tornar economicamente viável, o caminho é processar o próprio leite”, diz Bernardo Effting, esposo de Rosinete, confiante na capacidade de conquistarem o mercado com um produto único. O leite A2A2 é comercializado em alguns estados a R$8,00 e o queijo produzido a partir dele também é um alimento diferenciado.
A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, aponta Maria Rosinete como uma liderança feminina no agro catarinense, que conseguiu concretizar um sonho com a Queijaria Guinther. O pioneirismo desta criadora vem de longa data: o secretário da Agricultura, Altair Silva, lembra de uma reunião em Braço do Norte na qual divulgava o programa da secretaria e do Governo de Santa Catarina de estímulo ao plantio de cereais de inverno para silagem. Na ocasião, a cabanha de Maria Rosinete Effting já experimentava este sistema para agregar valor à produção.
Empresas com SIE também podem solicitar o SISBI
O selo SISBI é uma criação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o objetivo padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal, combatendo a clandestinidade e buscando garantir a inocuidade dos alimentos e a manutenção da saúde pública. A Cidasc é responsável pelo fornecimento da certificação em Santa Catarina.
Para aderir ao SISBI é necessário, entre outros avanços e adequações, que a empresa possua uma instalação capaz de atender as demandas do comércio nacional e que realize a implantação de Programas de Autocontrole (PACs), que devem conter registros sistematizados e auditáveis que comprovem o cumprimento dos requisitos higiênico-sanitários e tecnológicos estabelecidos por lei.
Além de trazer vantagens para os produtores, o Selo SISBI também garante ao consumidor que o produto que está sendo adquirido foi fabricado seguindo as devidas medidas de segurança sanitária.
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