Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, com acesso aos mercados mais competitivos do mundo. O estado conta com oito mil suinocultores, sendo que 15% trabalham de forma independente, ou seja, não participam do sistema de integração com as agroindústrias.
Há sete anos, em 28 de maio de 2015, Santa Catarina recebeu o certificado de Zona Livre da Peste Suína Clássica – PSC, concedido pela Organização Internacional de Saúde Animal – OIE. Títulos como este e como o de Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, recebido há 15 anos, trazem ganhos para a saúde pública e para a economia catarinense.
O presidente da Cidasc, Junior Kunz, destaca que ambos os certificados são importantes para o agronegócio e que um complementa o outro. “A excelência sanitária catarinense transformou o mercado da carne aqui em Santa Catarina. O resultado das exportações de carne suína anualmente demonstra a força e a pujança do nosso setor agropecuário, com milhares de famílias envolvidas e empregos gerados em todas as regiões. Somos um estado pequeno em extensão territorial, mas gigantes em produção agropecuária”, afirma Junior Kunz.
O agronegócio é o carro-chefe da economia catarinense, responsável por quase 70% de toda exportação e por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. As agroindústrias empregam mais de 60 mil pessoas de forma direta e contam com 55 mil famílias integradas no campo. A produção catarinense é exportada para mais de 150 países, entre eles os mercados mais exigentes e competitivos do mundo.
A Cidasc é o órgão responsável pela defesa agropecuária em Santa Catarina, e empenha-se para que o status sanitário diferenciado seja mantido. A parceria com os produtores é essencial neste sentido, já que são os primeiros a identificar alguma doença no plantel e devem notificar sempre a Cidasc.
Para ser certificado, o agronegócio catarinense precisou adotar ações sistemáticas em toda cadeia produtiva e que precisam ter continuidade para manter a conquista. A Cidasc é parte deste trabalho através de programas de sanidade animal, do serviço de inspeção de produtos de origem animal e da fiscalização agropecuária realizada nos 58 postos que a companhia mantém na fronteira com a Argentina e nas divisas estaduais.
Junior Kunz enfatiza que a união de esforços tem tornado Santa Catarina um estado diferenciado. “A dedicação de diversas instituições e profissionais para obtenção destes certificados, é resultado de um esforço coletivo dos colaboradores da Cidasc e apoiados pelas ações do Governo Estado, Secretaria de Estado da Agricultura junto aos produtores rurais e agroindústrias. Os nossos certificados representam segurança e são fundamentais não só para garantir a manutenção da saúde pública e a qualidade dos produtos, mas também para o crescimento da suinocultura catarinense no mercado nacional e internacional”, afirma Junior.
Notificação de casos suspeitos é obrigatória
A Peste Suína Clássica é uma doença viral, muito contagiosa e sem cura, que afeta porcos e javalis. Embora nenhum caso tenha sido registrado nos plantéis catarinenses há mais de 25 anos, os produtores devem estar atentos aos sinais e comunicar casos suspeitos ao escritório da Cidasc mais próximo.
Animais contaminados pela PSC podem apresentar manchas vermelhas no corpo, febre, andar cambaleante e perda de apetite. A doença também pode gerar aborto e morte dos filhotes recém nascidos ou alterar o cio das fêmeas.
A prevenção inicia na compra dos animais para reprodução, que devem ser certificados. Todos animais devem ser brincados, garantindo a rastreabilidade da propriedade até o local do abate. Há ainda regras rígidas para o transporte de animais, especialmente vindos de fora do estado.
Devem ser observadas ainda boas práticas no manejo, como a alimentação com ração adequada, sendo proibido alimentar os porcos com restos de alimentos. Também há necessidade de controle dos javalis, espécie invasora que pode ser portadora de doenças como a PSC.
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