Foram confirmados focos de raiva em três municípios atendidos pelo Departamento Regional de Tubarão. Análises laboratoriais deram positivo para a doença em amostras colhidas em Jaguaruna, Sangão e Treze de Maio.
A médica veterinária Ângela Zimmermann, responsável pela Defesa Sanitária Animal na regional, alerta que os produtores devem ficar atentos. No segundo semestre do ano passado, foram detectados focos em outro município da região, Pedras Grandes. Durante o ano de 2022, também houve focos em São Ludgero, Tubarão e Jaguaruna.
A Cidasc está fazendo o trabalho de vigilância epidemiológica, visitando as propriedades nas áreas de focos de raiva para orientar os produtores e também questionar sobre possíveis abrigos de morcegos hematófagos na região. Os produtores rurais da região devem vacinar seus bovinos e outros animais suscetíveis à raiva, como cavalos, ovelhas e animais domésticos. A vacina necessita reforço com o passar do tempo: o médico veterinário pode orientar sobre quando estes reforços devem ser feitos nos animais.
Os criadores também devem observar se há sinais de espoliação (mordeduras) no pelo dos animais, que podem indicar que estes foram atacados por morcegos. A maioria dos morcegos existentes na fauna catarinense não se alimentam de sangue, mas os hematófagos podem transmitir o vírus ao se alimentar do sangue de outro animal. Na ocorrência de espoliação, deve ser feita uma notificação para a Cidasc.
Lembre-se: a raiva é uma doença sem cura e sem tratamento, que pode afetar tanto animais quanto humanos. A vacinação dos animais é a principal forma de manter a doença sob controle. Confira abaixo algumas informações importantes relacionadas à raiva bovina:
Morcegos
O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o responsável pela transmissão da raiva para os herbívoros, portanto jamais coloque a mão em um morcego mesmo que ele esteja imóvel e aparentemente morto.
O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental.
Por isso, somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial – SVO, podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo”.
Em caso de acidente com um desses animais, procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido para receber o tratamento adequado.
Sintomas nos animais
O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora, paralisia e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvore, minas e casas abandonadas.
Sintomas nos humanos
Os sintomas da raiva humana são inespecíficos no início da doença, como mal-estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instalam-se alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento, com posterior quadro de infecção e febre, evoluindo para aerofobia, hidrofobia e crise convulsiva. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.
Como proceder em caso de contágio
Em caso de agressão por um animal suspeito de ter a doença, a vítima deve lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, para avaliação da situação. No caso do agressor ser animal doméstico (cão e gato), não deve-se matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva.
Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes
e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc do seu município, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.
ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.
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Denise De Rocchi
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