Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) participou, nesta terça-feira (14/3), do Seminário de Bovinocultura de Leite, em Presidente Getúlio. O evento, no Club Camioneiros, é uma iniciativa da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, Cidasc e Sebrae, e tem o objetivo de fortalecer a produção leiteira no Alto Vale do Itajaí.

Na ocasião, foram entregues certificados de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose a produtores rurais beneficiados pela parceria entre o município, o Sebrae/SC e a Cidasc. As duas instituições bancaram boa parte dos custos da realização de exames necessários para certificar os rebanhos. 

A presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, destacou o empenho da gestão do prefeito Nelson Virtuoso nas questões de sanidade animal. “O que vocês estão fazendo aqui em Presidente Getúlio é um trabalho de saúde pública”, disse a presidente. 

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

“Rompemos com a cadeia da doença e estamos fazendo a cadeia da saúde. Santa Catarina já é o Estado do Brasil com menor índice de bovinos com brucelose e estamos trabalhando para acabar com esta doença. Aqui alguém duvida que vamos conseguir? Já conseguimos com a febre aftosa”, lembrou Celles. 

Ana Paula Rosenbrock, representante do Sebrae na solenidade, enfatizou o empenho dos produtores, que compreenderam a importância deste investimento em sanidade: “Isto é um marco para Santa Catarina porque investimos recursos e tempo com pessoas e produtores que querem fazer. Meu agradecimento a vocês, produtores. Vocês são empresários rurais, não esqueçam disto”, afirmou. 

Além do prefeito Nelson Virtuoso, da presidente da Cidasc e da representante do Sebrae, também compuseram a mesa de autoridades o vice-prefeito José Adálcio Krieger; o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Ernesto Avancini; e o gestor do Departamento Regional de Blumenau da Cidasc, Ari Schlagenhaufer. 

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

Como surgiu a parceria?
O projeto surgiu da parceria entre a prefeitura de Presidente Getúlio, a Cidasc, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O Sebrae entrou com recurso financeiro de 70%, a prefeitura com 15% e os produtores rurais com outros 15% para a realização dos exames. Coube à companhia fazer todo o levantamento das propriedades leiteiras do município e a busca por produtores interessados em participar do projeto e o acompanhamento dos exames em todas as etapas da certificação (primeira e segunda etapa), conferência de todos os processos e emissão dos certificados. 

O processo teve o interesse de 130 propriedades, que participaram da primeira etapa de certificação. Na segunda etapa participaram 80 propriedades e dessas, 59 propriedades rurais de Presidente Getúlio receberam, durante o Seminário de Bovinocultura de Leite, o Certificado de Propriedade Livre Brucelose e Tuberculose. 

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

O Seminário teve ainda palestras com o médico veterinário da Cidasc Ivanor Baldasso, que abordou o tema “A importância do Controle da Brucelose e Tuberculose na Bovinocultura de Leite”. Logo após, o Sebrae, através do palestrante Selvino Giesel, assessor de Lácteos da Aurora e presidente do Sindleite, falou sobre “A Importância do Melhoramento Genético na Produção de Leite”. 

“A cidade de Presidente Getúlio não tinha nenhuma propriedade certificada até setembro de 2022, agora são 59 com certificação. Isso é um marco para o município, e uma alegria muito grande para nós profissionais da Cidasc”, comenta Karina Diniz Baumgarten, coordenadora estadual do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas. 

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

Qual a importância de se ter uma propriedade livre de brucelose e tuberculose?

A médica veterinária da Cidasc, Madlaine Frigo Silveira Barbosa de Macedo, responsável pelo projeto, na cidade de Presidente Getúlio, destacou a importância de uma propriedade ter o Certificado de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose. “A primeira, e para mim, a mais importante, é a saúde do produtor e da sua família, assim como a saúde dos profissionais que de alguma forma entram em contato com os animais, porque a Brucelose e Tuberculose são zoonoses, que são doenças que passam de animais para o homem e por isso essa importância. Outras questões, seria a saúde dos animais, que é uma das cinco liberdades do bem-estar animal, que devem ser assegurados; também a proteção do consumidor, porque é uma garantia que desse leite não ser contaminado por essas doenças; e o controle da sanidade do rebanho, que evita a perda dos descartes de animais positivos e controla a entrada de doenças, já que em propriedades certificadas a periodicidade dos exames é anual”, reforça Madlaine.

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

“Para ter uma ideia, as perdas que a Brucelose e Tuberculose podem acarretar rebanho, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), falam que a Brucelose causa perda de 25% e a Tuberculose de 15% na produção de leite, além da perda na comercialização dos animais, porque uma propriedade com Tuberculose e Brucelose é um foco. E a propriedade foco, além das perdas dos animais e no saneamento, não pode comercializar os animais. Além disso, a propriedade certificada dá uma garantia maior para quem compra os animais. Com isso, são mais visadas para fornecer animais para a venda das propriedades com certificação livre de Brucelose e Tuberculose”, acrescenta.

O município de Presidente Getúlio produz, em média, 22 milhões de litros de leite por ano. O Secretário de Agricultura, Ernesto Avancini, destaca que o Seminário foi organizado para trazer aprimoramento aos produtores.

Para o prefeito, Nelson Virtuoso, o evento fortalecerá ainda mais a cadeia produtiva leiteira que muito representa para a economia getuliense. “Ações como esta visam estimular ainda mais a produção e também o melhoramento genético”, aponta.

Produtor tem benefícios com certificado de propriedades livre de brucelose e tuberculose

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

Certificar propriedades como livres de brucelose e tuberculose traz ganhos do ponto de vista sanitário e econômico. Além de preservar a própria saúde e dos seus rebanhos, os produtores podem obter melhor remuneração pelo litro do leite, já que há maior segurança quanto à qualidade; mais facilidade para comercialização destes animais ou participação em feiras agropecuárias. 

Ambas as doenças são zoonoses: atingem os animais e também humanos. A transmissão ocorre principalmente através do contato com os restos de placenta ou de aborto das fêmeas (no caso da brucelose), do contato direto com as secreções respiratórias do animal doente ou sua carne (no caso da tuberculose) ou pela ingestão do leite e/ou derivados crus (não pasteurizados) de animais contaminados por qualquer uma das doenças. 

A maioria das propriedades certificadas em Santa Catarina são de produção leiteira. Para elas, um dos benefícios mais imediatos é a melhor remuneração oferecida por alguns laticínios. No entanto, a certificação é válida e também traz vantagens para criação de bovinos de corte, por reduzir perdas na produção e reprodução dos animais. Do ponto de vista coletivo, o maior número de propriedades certificadas contribui para o controle das doenças e, juntamente com outras medidas sanitárias implementadas pela defesa agropecuária, reduz o risco dos produtores adquirirem animais contaminados.

Foto: Jaqueline Vanolli – Ascom/Cidasc

Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da brucelose e tuberculose. Todos os bovinos precisam ser testados de forma simultânea para tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc. 

Já para brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para brucelose. Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.

A propriedade certificada não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite. A Cidasc atingiu a marca de mais de três mil propriedades certificadas em Santa Catarina.

A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2001. A Cidasc é a responsável pela execução do programa em todo o território catarinense.

O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. Os escritórios da companhia possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados para auxiliar o produtor rural. Ele deve preencher um requerimento e um termo de compromisso.

A partir de então, o médico veterinário da Cidasc faz a vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada. 

Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação. Santa Catarina alcançou a marca de mais de duas mil propriedades rurais certificadas livres de brucelose e tuberculose.

São 2.692 propriedades certificadas e 1.369 em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais. O objetivo da Cidasc é a obtenção de um status sanitário diferenciado dos animais e produtos de Santa Catarina e a proteção da saúde pública.

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