Foto: Cidasc Porto União.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), através da médica veterinária, Juli Martins Chadlvski da Unidade Veterinária Local de Porto União, pertencente ao Departamento Regional de Canoinhas entregou, na última quinta-feira (9/3) juntamente com a Médica Veterinária do Município, Fernanda Maria Araújo, o certificado de “Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose” à produtora Celi Vorel, da Fazenda Vale das Jersey. A propriedade é da localidade de Lança, no interior do município de Porto União, no Planalto Norte de Santa Catarina e a segunda propriedade certificada da cidade.

Foto: Cidasc Porto União.

O documento, emitido e entregue pela Cidasc aos produtores, que cumprirem a legislação federal, comprova a sanidade do rebanho e o leite e os produtos derivados oriundos dessa propriedade certificada provém de animais sadios.

Foto: Cidasc Porto União.

A Fazenda Vale das Jersey tem uma média diária de leite em 29 litros, 120 dias em lactação e 24 fêmeas em lactação hoje. Seu rebanho leiteiro é 100% Jersey, são assistidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), e entregam para a Cooperativa Agroindustrial Alfa.

A Cidasc incentiva os produtores a buscarem a certificação, tanto pelos ganhos para a saúde pública quanto pelos benefícios econômicos. O produtor pode obter melhor remuneração pelo litro de leite e tem mais facilidade para comercializar ou transportar seus animais. 

A certificação de propriedades, mediante testagem de todo o rebanho, é parte da estratégia de controle e erradicação das doenças, que podem afetar humanos. Santa Catarina tem a menor incidência de brucelose e tuberculose bovina entre os estados brasileiros.

Foto: Cidasc Porto União.

Produtor tem benefícios com certificado de propriedades livre de brucelose e tuberculose

Certificar propriedades como livres de brucelose e tuberculose traz ganhos do ponto de vista sanitário e econômico. Além de preservar a própria saúde e dos seus rebanhos, os produtores podem obter melhor remuneração pelo litro do leite, já que há maior segurança quanto à qualidade; mais facilidade para comercialização destes animais ou participação em feiras agropecuárias. 

Ambas as doenças são zoonoses: atingem os animais e também humanos. A transmissão ocorre principalmente através do contato com os restos de placenta ou de aborto das fêmeas (no caso da brucelose), do contato direto com as secreções respiratórias do animal doente ou sua carne (no caso da tuberculose) ou pela ingestão do leite e/ou derivados crus (não pasteurizados) de animais contaminados por qualquer uma das doenças. 

A maioria das propriedades certificadas em Santa Catarina são de produção leiteira. Para elas, um dos benefícios mais imediatos é a melhor remuneração oferecida por alguns laticínios. No entanto, a certificação é válida e também traz vantagens para criação de bovinos de corte, por reduzir perdas na produção e reprodução dos animais. Do ponto de vista coletivo, o maior número de propriedades certificadas contribui para o controle das doenças e, juntamente com outras medidas sanitárias implementadas pela defesa agropecuária, reduz o risco dos produtores adquirirem animais contaminados.

Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da brucelose e tuberculose. Todos os bovinos precisam ser testados de forma simultânea para tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc. 

Já para brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para brucelose. Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.

A propriedade certificada não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite. A Cidasc atingiu a marca de mais de três mil propriedades certificadas em Santa Catarina.

A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2001. A Cidasc é a responsável pela execução do programa em todo o território catarinense.

O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. Os escritórios da companhia possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados para auxiliar o produtor rural. Ele deve preencher um requerimento e um termo de compromisso.

A partir de então, o médico veterinário da Cidasc faz a vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada. 

Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação. Santa Catarina alcançou a marca de mais de duas mil propriedades rurais certificadas livres de brucelose e tuberculose.

São 2.692 propriedades certificadas e mais de mil em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais. O objetivo da Cidasc é a obtenção de um status sanitário diferenciado dos animais e produtos de Santa Catarina e a proteção da saúde pública.

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Alessandra Carvalho
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