
O rebanho da Fazenda Experimental da Ressacada, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), passou por novos exames nesta segunda-feira para renovação do certificado de propriedade livre de brucelose e tuberculose. A equipe da Cidasc foi ao local para avaliar a sanidade dos animais e também para uma ação de educação sanitária, demonstrando os procedimentos para um grupo de estudantes de zootecnia.


O médico veterinário Anderson Costa Silva, da UVL de Canelinha, demonstrou como é feito o exame clínico para detecção da febre aftosa, doença erradicada em Santa Catarina. A manutenção deste status sanitário exige monitoramento constante. Há 16 anos, o Estado é reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, status que outros estados brasileiros só conquistaram em 2021.

(foto: Denise De Rocchi)
Os estudantes da UFSC também puderam acompanhar a realização de exames para brucelose e tuberculose, feitos pelo médico veterinário Marcelo Serpa, da Unidade Veterinária Local (UVL) da Cidasc em Florianópolis. Se o resultado dos exames for negativo, a fazenda experimental poderá renovar o certificado de propriedade livre de brucelose e tuberculose. Mais de 2500 propriedades em Santa Catarina estão certificadas.


O diretor de Defesa Agropecuária, Diego Torres Severo, acompanhou o início das atividades e destacou a importância da certificação para o controle da brucelose e tuberculose, mantendo o rebanho catarinense com a menor taxa de incidência destas doenças no Brasil. Severo lembrou ainda que a ação desta segunda-feira junto à universidade é parte do projeto Sanitarista Acadêmico, de aproximação entre a defesa agropecuária e as instituições de ensino.
“Há alguns anos a Cidasc tem esta parceria com a universidade e isso contribui para os alunos e também para os professores, porque a cada ano a gente consegue renovar os conhecimentos”, contou a professora Sandra Carvalho. Além dela, estiveram presentes na ação os professores Sérgio Quadros, André Lima e Márcio Cinachi, todos da UFSC. A equipe da Cidasc contou ainda com o auxílio do técnico agrícola Argeu Bez.

Sobre a brucelose e a tuberculose bovinas:
Estas doenças são zoonoses: podem afetar tanto os animais quanto os humanos. A transmissão pode ocorrer pelo consumo de leite cru (não fervido ou pasteurizado) de animal contaminado ou da carne mal cozida de um animal contaminado. O contato com secreções e sangue dos animais doentes também é uma forma de transmissão.

O trabalho da Cidasc de monitoramento e controle destas doenças é uma ação de saúde pública: contribui para a saúde do produtor rural, para a sanidade dos animais e para a qualidade dos alimentos ofertados à população catarinense.
Santa Catarina tem o rebanho com a mais baixa incidência de brucelose no país e a meta da Cidasc é trabalhar para erradicar a doença. A certificação de propriedades é parte desta estratégia: o produtor tem ainda vantagens como maior facilidade na comercialização do gado (pela comprovação da sanidade dos animais) e melhor remuneração pelo litro do leite, oferecida por alguns laticínios.
Mais de 2500 propriedades rurais catarinenses estão certificadas como livres de brucelose e tuberculose. Para dar início ao processo de certificação, o produtor pode obter junto à Cidasc a listagem de médicos veterinários habilitados. Este veterinário vai encaminhar a documentação e solicitar uma vistoria oficial na propriedade, realizada por um médico veterinário oficial (um profissional da Cidasc).
Para conquistar o certificado, o rebanho precisa passar por dois exames de diagnóstico, realizados com 6 a 12 meses de intervalo, até que dois resultados negativos consecutivos sejam obtidos. A renovação da certificação deve ser feita anualmente, com os exames realizados antes da data de vencimento do certificado.
Produtor tem benefícios com certificado de propriedades livre de brucelose e tuberculose
Certificar propriedades como livres de Brucelose e Tuberculose traz ganhos do ponto de vista sanitário e econômico. Além de preservar a própria saúde e dos seus rebanhos, os produtores podem obter melhor remuneração pelo litro do leite, já que há maior segurança quanto à qualidade; mais facilidade para comercialização destes animais ou participação em feiras agropecuárias.
Ambas as doenças são zoonoses: atingem os animais e também humanos. A transmissão ocorre principalmente através do contato com os restos de placenta ou de aborto das fêmeas (no caso da Brucelose), do contato direto com as secreções respiratórias do animal doente ou sua carne (no caso da Tuberculose) ou pela ingestão do leite e/ou derivados crus (não pasteurizados) de animais contaminados por qualquer uma das doenças.
A maioria das propriedades certificadas em Santa Catarina são de produção leiteira. Para elas, um dos benefícios mais imediatos é a melhor remuneração oferecida por alguns laticínios. No entanto, a certificação é válida e também traz vantagens para criação de bovinos de corte, por reduzir perdas na produção e reprodução dos animais.
Do ponto de vista coletivo, o maior número de propriedades certificadas contribui para o controle das doenças e, juntamente com outras medidas sanitárias implementadas pela defesa agropecuária, reduz o risco dos produtores adquirirem animais contaminados.
Testagem Brucelose e Tuberculose
Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da Brucelose e Tuberculose.
Todos os bovinos precisam ser testados de forma simultânea para Tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc.
Já para Brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para Brucelose.
Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.
A propriedade certificada não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite.
Como fazer a certificar sua propriedade?
O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. Os escritórios da companhia possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados para auxiliar o produtor rural. O produtor deve preencher um requerimento e um termo de compromisso.
Após a entrega da documentação, o médico veterinário da Cidasc faz a vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para Brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e Tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada.
Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação.
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