A responsável pela Sanidade Avícola no Departamento Regional de Concórdia, Marisa Macagnan, foi a ministrante da palestra promovida pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Concórdia no dia 30 de maio. O evento, realizado no Restaurante e Churrascaria Recanto Nativo, foi parte da programação do Mês da Saúde dos Animais de Produção, criado para enfatizar a conscientização sobre doenças de notificação obrigatória.
A influenza aviária (IA) é uma doença viral altamente contagiosa, que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres. O subtipo que tem sido registrado em países vizinhos e nos focos detectados em aves silvestres em outros estados brasileiros tem se mostrado de baixo risco para humanos. No entanto, tem potencial para provocar grandes perdas na avicultura, se atingir aviários comerciais.
Na palestra, a médica veterinária Marisa Macagnan detalhou as características do vírus e as formas de transmissão: contato direto entre aves (pelas secreções ou fezes dos animais) e contato indireto (pela água, alimento, equipamentos, vestuário, veículos, insetos e pragas…). As aves migratórias são consideradas possíveis disseminadoras do vírus da influenza aviária para novas regiões.
Conhecendo as formas de contágio, é possível adotar as medidas de prevenção. A palestrante enfatizou as medidas de biosseguridade, como evitar o contato das suas aves (para subsistência e comerciais) com aves de vida livre. “A exposição direta às aves silvestres infectadas é o principal fator de risco de transmissão da IA para as aves de produção comercial e subsistência. Essas aves podem apresentar infecção sem adoecer ou, muitas vezes, se recuperarem e continuarem infectantes, o que lhes permite transportar o vírus a longas distâncias ao longo das rotas de migração”, explicou Marisa Macagnan.
Outra recomendação é impedir a entrada de visitantes nas granjas e fazer a higienização dos veículos que ingressam na propriedade. Pessoas que circularam em áreas afetadas pelo vírus (em outros países ou estados) podem trazê-lo por meio de seus calçados e vestimentas.
O produtor deve informar à Cidasc se observar sinais clínicos de influenza aviária nas aves:
alta mortalidade, espirros, tosse, dificuldade para respirar, corrimento nasal e ocular, depressão e apatia. No final da palestra, foram entregues folders educativos sobre a doença e foi informado o número para notificação de casos suspeitos: 0800 643 9300. A médica veterinária Fernanda Zordan participou da reunião e convidou os presentes a participarem da Comissão Municipal de Sanidade Agropecuária (COMUSA), atuando especialmente na prevenção da ocorrência de agravos sanitários, por meio de detecção e notificações precoces.
Porque prevenir a influenza aviária é tão importante?
O Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango, com mais de 4 milhões de toneladas vendidas no ano passado. Dos grandes produtores do mundo, o Brasil é o único que não registrou a influenza aviária em sua produção comercial: os casos até agora são apenas em animais silvestres.
Entre os estados brasileiros, Santa Catarina está em segundo lugar na produção e exportação de carne de aves. A ocorrência de influenza aviária na avicultura comercial afetaria toda a cadeia produtiva do setor avícola, causando prejuízos sociais e econômicos imensuráveis. Mais de 19 mil famílias catarinenses se dedicam à produção de aves ou suínos como produtoras integradas ou cooperadas, de acordo com o Sindicarne/ACAV.
Se as notificações de influenza aviária de alta patogenicidade ficarem restritas a aves silvestres e não houver casos em aves de produção, domésticas ou de cativeiro, o status sanitário não será afetado. Isto significa que a comercialização da carne não sofreria restrições no exterior.
Havendo focos da doença, há impactos na exportação e a Defesa Agropecuária precisa adotar outras medidas para conter seu avanço. É esta situação que a Cidasc e a Secretaria de Estado da Agricultura querem evitar, orientando os produtores sobre as medidas de biosseguridade e reforçando a prevenção para preservar a avicultura, fonte de sustento de milhares de famílias.
Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7000
ascom@cidasc.sc.gov.br
www.cidasc.sc.gov.br
www.facebook.com/cidasc.ascom
https://www.instagram.com/cidascoficial/
Ouvidoria: 0800 644 8500